A Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Universidade Estadual do Ceará (Uece) desenvolveram um dispositivo, instalado em pranchas de kitesurf, capaz de identificar o número de vertebrados e espécies marinhas por meio de DNA ambiental.
O procedimento é realizado após coleta de amostras da água do mar e, posteriormente, identificação dos materiais em laboratório. A invenção foi divulgada no final de setembro pelo Instituto de Ciências do Mar (Labomar) e Laboratórios Associados de Inovação e Sustentabilidade (LAIS), durante Kite Parade, realizado no Cumbuco (CE).
O equipamento não faz resistência durante o velejo e nem atrapalha os movimentos dos atletas na água. Além disso, os pesquisadores ganham poderosos aliados na conservação e saúde dos oceanos, uma vez que aumenta o esforço amostral a partir de um velejo simples ou nos mais demorados e extensos, como os chamados downwinds.
O dispositivo contém filtros que podem revelar ainda contaminantes como metais pesados (chumbo, mercúrio), pesticidas, hormônios, microplásticos e outros. Cinco kitesurfistas se candidataram como voluntários e o os pesquisadores devem divulgar ainda neste ano o resultado dessas coletas.
A parceria conta também com a participação do Instituto Winds for Future, Instituto Federal do Ceará (IFCE) e o Instituto Desenvolvimento, Estratégia e Conhecimento (IDESCO).
Os professores Tommaso Giarrizzo (Labomar) e Sales Ávila (LAIS-UECE) destacam que o dispositivo pode ser usado em qualquer lugar do mundo onde exista a prática de kitesurf, o que pode gerar um movimento global e voluntário de monitoramento
oceânico. “A ciência precisa do cidadão, assim como o cidadão precisa da ciência”, ressaltaram.
As informações são de Lorena Macedo, do portal Focus.Jor.