Vulcão Pūhāhonu

Gigante adormecido

Cientistas descobrem o maior vulcão do mundo ao norte do arquipélago do Havaí.

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Pūhāhonu significa “tartaruga subindo para respirar” em havaiano: maior parte do vulcão está enterrada sob o oceano.

Duas pequenas porções de terra flutuando no meio do Pacífico: é isso que aparentam ser as ilhas Pūhāhonu, também conhecidas em inglês como Gardner Pinnacles. Localizadas ao norte do arquipélago do Havaí, elas poderiam facilmente passar despercebidas por algum viajante desavisado. Mas essa visão pacata esconde o que parece ser o maior vulcão único do mundo, segundo um novo estudo.

Usando dados de sonares, pesquisadores da Universidade do Havaí descobriram que o vulcão Pūhāhonu possui 150 mil quilômetros cúbicos de rocha. Isso faz dele o maior vulcão único conhecido até então, com quase o dobro do tamanho do segundo lugar.

Mas apenas um terço de todo esse volume está exposto acima do relevo oceânico (o “chão” do mar), e só uma parcela ínfima é visível acima do nível do mar. Isso faz parecer que são apenas duas pequenas ilhas (que na verdade nem são ilhas separadas, apenas picos de um mesmo corpo de rocha derretida).

Os outros dois terços do vulcão estão enterrados debaixo de uma enorme massa de detritos, pedaços de corais e diversos materiais erodidos ao longo do tempo. O fato é que, de tão pesado, o vulcão fez com que a crosta terrestre ao seu redor afundasse centenas de metros ao longo de milhões de anos, segundo os pesquisadores.

Até agora, imaginava-se que o vulcão Mauna Loa, localizado também no Havaí, era o maior do mundo. Ele continua sendo o mais alto se medirmos do fundo do oceano até seu pico (são 4.169 m), já que grande parte do Pūhāhonu está enterrado. Mas, em questão de volume de material, não dá nem para comparar: estima-se que o Mauna Loa tenha “apenas” 83 mil quilômetros cúbicos, pouco mais da metade do valor do seu vizinho havaiano.

Vale ressaltar, porém, que estamos falando de vulcões únicos, compostos por apenas uma massa de matéria proveniente da mesma fonte. No caso do Pūhāhonu e do Mauna Loa, eles são conhecidos conhecidos como “vulcões em escudo”, por conta da forma. Esse tipo de vulcão é formado basicamente por magma solidificado proveniente da mesma fonte.

Há outras estruturas que são conhecidas como “vulcões”, mas têm origem diferentes e não necessariamente se formam a partir de apenas uma fonte de magma – podem surgir com a ajuda de atividade sísmica, por exemplo, e são uma combinação de estruturas, e não apenas um corpo único.

Nesse caso, o vencedor é o Maciço de Tamu, também no Oceano Pacífico. Mas novas evidências mostram que o Maciço de Tamu, apesar de ter algumas características de vulcão em escudo, é na verdade uma dorsal oceânica – uma cadeia de montanhas no fundo do mar formada pelo movimento de platas tectônicas. Ou seja, é um conjunto de vulcões, e não um vulcão único.

Mas isso é papo para um outro texto…

Fonte Super Interessante