Mar Mediterrâneo

Lixo ultrapassa 3 mil toneladas

Pesquisa estima que Mar Mediterrâneo acumula 3760 toneladas de plástico atualmente.

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Do total, 84% do lixo acaba nas praias.

O Mar Mediterrâneo acumula 3.760 toneladas de resíduos de plástico das praias às águas superficiais e fundo do mar. É o que estima uma pesquisa publicada na revista científica Frontiers in Marine Science.

Este estudo desenvolveu um modelo para seguir os percursos e o destino dos detritos plásticos provenientes de fontes terrestres no Mediterrâneo.

De acordo com o documento, a produção de plástico tem aumentado todos os anos desde 1950. Só em 2019 foram produzidas 368 milhões de toneladas de plástico. Atualmente há nos mares de todo o mundo aproximadamente 250 mil toneladas de plástico.

O estudo indica haver “uma quantidade chocante” de plástico e microplástico no Mar Mediterrâneo, uma região propensa à poluição por plásticos, devido ao denso povoamento, pesca, navegação, turismo e fluxo limitado das águas de superfície.

Porém, o Mediterrâneo é também rico em biodiversidade, sendo uma área de preocupação à conservação dos ecossistemas marinhos, revelam os pesquisadores.

“A poluição plástica afeta todos os níveis da biodiversidade marinha, com partículas macro e microplásticas encontradas na superfície do mar, nas praias, no fundo do mar e no interior dos corpos de grandes e pequenos animais marinhos. Foi também relatado que os seres humanos ingerem plástico através do consumo de produtos do mar”, alerta a publicação.

O modelo foi desenvolvido por pesquisadores do Centro Helénico de Investigação Marinha da Grécia. Através dele, os investigadores concluíram que a carga total anual de plásticos que vai parar ao Mediterrâneo ronda as 17600 toneladas, das quais 3760 estão flutuando atualmente. Do total, 84% acabam nas praias e os restantes 16% acabam na coluna de água ou no fundo do mar.

Kostas Tsiaras, principal autor da investigação, sublinhou que os microplásticos são menos abundantes na superfície do mar, já que afundam mais rapidamente (pela fixação em organismos marinhos), ao contrário dos plásticos grandes, como os sacos de plástico ou isopor, que podem flutuar durante mais tempo e percorrer longas distâncias.