Na última segunda-feira, uma baleia cachalote com 9 metros de comprimento foi encontrada morta na ilha de Kapoto, Indonésia. Porém, o que mais chamou a atenção foi o que foi encontrado em seu estômago: 115 copos plásticos (750g), 19 plásticos rígidos (140g), 4 garrafas plásticas (150g), 25 sacolas plásticas (260g), 2 chinelos (270g) e 3 pedaços de corda (26kg), de acordo com a World Wildlife Fund Indonesia.
No momento, os pesquisadores não conseguem determinar se os itens que a baleia ingeriu causaram sua morte.
“Embora não tenhamos sido capazes de deduzir a causa da morte, os fatos que vemos são realmente terríveis”, disse Dwi Suprapti, coordenador de conservação de espécies marinhas da WWF Indonésia, à Associated Press.
Ainda assim, está claro que a ingestão de plástico é extremamente problemática para mamíferos marinhos gigantes como os cachalotes.
“A ingestão de plástico pode dar às baleias uma falsa sensação de saciedade, levando-as a ingerir menos alimentos que fornecem os nutrientes de que necessitam”, disse ao New York Times Nicholas Mallos, diretor do programa Trash Free Seas, da Ocean Conservancy. “O consumo de plásticos pode levar à redução de peso, energia e velocidade de natação, tornando as baleias mais vulneráveis aos predadores”.
Instâncias como essas tornaram-se gritos de guerra para pesquisadores e ambientalistas que alertam sobre a gravidade de um problema que o lixo de plástico global se tornou. Sua preocupação é que, à medida que a quantidade de plástico que acaba no oceano continue a aumentar, a freqüência com que a vida marinha interage ou a ingerirá aumentará, levando a mais desses tipos de catástrofes.
Em fevereiro, um cachalote apareceu na Espanha com 27kg de plástico no estômago. E em 2016, 13 cachalotes encalharam na Alemanha. Seus estômagos também foram encontrados cheios de plástico.
A Ocean Conservancy estima que cerca de 8 milhões de toneladas métricas de plástico acabam no oceano anualmente – isto é, além dos já 150 milhões de toneladas métricas em circulação.
Mas há vislumbres de esperança, no entanto. No início deste ano, o Parlamento Europeu votou pela proibição de plásticos de uso único em toda a União Européia até 2021. Estados e municípios nos Estados Unidos estão cada vez mais impondo proibições em vários produtos plásticos de uso único, incluindo bolsas, garrafas, tampas de garrafas e palhas. E na Indonésia – um dos seis principais poluidores plásticos do mundo por país, de acordo com um estudo na revista Science – os esforços estão atualmente em andamento para reduzir o desperdício de plástico em 70% até 2025.
De acordo com Lukas Adhyakso, diretor de conservação do World Wildlife Fund na Indonésia, o problema exige que todos em todo o mundo se esforcem. “Vamos começar a fazer a nossa parte, mas todas as regiões devem fazer o mesmo”, disse ele ao New York Times.
Fonte: The Inertia.