A retomada de um projeto do tempo do Império, de instalação de um porto em Torres, está avançando. Segundo o senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP), que está empenhado no assunto juntamente com empresários da Serra e do Litoral, estudos de viabilidade para a concessão da área já estão em andamento pela Marinha. O senador adianta que a localidade mais provável para a instalação é entre a praia de Itapeva e Arroio do Sal.
Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da rádio Gaúcha, na manhã da última terça-feira (2), o senador afirmou que, desde a semana passada, a Marinha disponibilizou uma equipe, que está trabalhando por terra, de Tramandaí a Torres, fazendo um estudo das marés. Ele adiantou que, na próxima semana, chegará um navio com mais equipamentos e que, ainda em abril, uma nova embarcação iniciará a sondagem da área, fazendo a medição da profundidade na região.
“Deve ser confirmada a profundidade que os mapas já dizem que tem, de que seria mais profundo que o porto de Rio Grande e que não haveria nem necessidade de dragagem. Em dois meses teremos essas informações e vamos procurar locais que não tenham cidade e que não atrapalhe os municípios. Tem espaço vazio entre Arroio do Sal e Torres e deve ser por ali”, afrimou Heinze.
O senador acrescentou também que já conversou com Tarcísio Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura, e destacou que, finalizados estes estudos, os ministérios e órgãos responsáveis devem definir a questão. Paralelo às movimentações do governo federal, Heinze destacou que já há uma empresa que está fazendo estudos de viabilidade do porto para apresentar a proposta para grandes players mundiais.
Segundo o senador, a iniciativa privada já está enxergando que o projeto tem fundamento e a intenção é buscar operadoras de portos no mundo inteiro, que tenham interesse em explorar mais um negócio deste tipo no Estado.
“A Serra não tem estrada duplicada, não tem ferrovia e hidrovia, mas vai ter um porto a 200 quilômetros, que aproveitaria todo o potencial das indústrias, não só desta região, mas de toda região metropolitana e Norte gaúcho. A soja hoje vai para Rio Grande e é muito mais próximo ir para Torres. Só o aço que chega na Serra representa 10% do movimento de Itapoá (SC). Quanto reduziria o custo de fabricação da Marcopolo e Randon? Toda essa demanda vai estar mais próxima de Torres”, destacou o senador.
Ainda conforme Heinze, o modelo que está sendo pensado para Torres, pelo engenheiro e ex-deputado Fernando Carrion, é o do porto de Itapoá. Um grupo do litoral e da serra já visitou o porto catarinense e a estimativa é de que o custo para construir uma infraestrutura semelhante, já calculando as condições de Torres, é estimado em R$ 1 bilhão.
Matéria originalmente publicada por Babiana Mugnol no site Pioneiro.