O presidente Jair Bolsonaro chamou de “roubo” a taxa cobrada pelo Governo Federal para turistas que visitam o arquipélago de Fernando de Noronha (PE).
O valor é de R$ 106 para brasileiros e R$ 212 para estrangeiros, com validade para dez dias. A taxa é cobrada desde 2012 e tem como finalidade a manutenção de trilhas, áreas preservadas e a retirada do lixo.
Além do valor cobrado pelo Governo Federal, também há a “taxa de permanência” de R$ 73 por dia cobrada pelo governo do estado de Pernambuco para os visitantes do chamado Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha.
Ambientalistas ouvidos pela revista Exame criticam a possibilidade da extinção da cobrança. De acordo com Claudio Maretti, vice-presidente da Comissão Mundial de Áreas Protegidas, com o fim da taxa a qualidade de Fernando de Noronha vai cair.
“Fernando de Noronha é um arquipélago com fragilidades muito sérias e um turismo maior vai prejudicar o local. A visitação tem que ser limitada. A concessão à iniciativa privada permite ter estrutura de apoio com muito mais qualidade do que a precária qualidade com orçamento enxuto”, diz Maretti.
Angela Kuczach, diretora-executiva da Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, acredita que a cobrança da taxa não impacta negativamente o turismo na região.
“Uma pessoa não vai deixar de ir até Fernando de Noronha porque ela tem que pagar R$ 106 de ingresso para entrar no parque. Ao contrário, o fato de você ir até lá, ter acessos de boa qualidade, ter trilhas bem manejadas, ter estrutura, acessibilidade, tudo isso é resultado da concessão. O que melhora o turismo é o serviço de qualidade e a segurança”, explica Ângela.
Fernando de Noronha não é o único parque administrado pelo Governo Federal que cobra taxa de visitação. Ao todo são 16 locais. Outro exemplo é o morro do Corcovado, que fica dentro do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ).
Fonte: G1