Pesca da tainha

Regras definidas no Farol

Associação local divulga as regras durante a temporada de pesca da tainha no Farol de Santa Marta, Laguna (SC).

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Bom senso prevalece entre pescadores e comunidade do surfe no Farol de Santa Marta.

A pedido dos pescadores artesanais, a Associação de Surf e Tow-in do Farol de Santa Marta (ASTFSM) esclareceu as regras durante a temporada de pesca da tainha no município de Laguna, litoral sul catarinense.

“O Farol de Santa Marta é uma das regiões onde a convivência entre surfistas e pescadores é uma das mais harmônicas do Estado. A Associação de Surf e Tow-in do Farol de Santa Marta preza pela parceria e pelo bom relacionamento com os pescadores locais, além de respeitar e valorizar a prática da pesca artesanal, que sustenta diversas famílias na região, além de manter viva a cultura”, comunica a entidade.

A temporada de pesca na região começou no dia 1º de maio e vai até 30 de junho.

“A pesca de cerco da tainha é uma atividade que já acontece a muitas gerações no Farol de Santa Marta, e deve ser respeitada, tanto pela manutenção da cultura da pesca artesanal na comunidade, quanto pelo sustento de diversas famílias pesqueiras da região”, afirma o pescador Adinho, proprietário do Restaurante Maré Mansa e pai do surfista e competidor nativo Bebeto Santiago.

Durante o período é proibida a prática do surfe na Prainha do Farol, e regrada nas praia do Cardoso e Cigana, onde, caso os pescadores estiverem realizando o cerco, os surfistas devem sair da água e aguardar o término da atividade para entrar novamente. Nas outras praias do Cabo de Santa Marta segue o mesmo regramento imposto na Cigana e Cardoso.

“Não há como proibir a prática do surfe na Praia do Cardoso e da Cigana durante o inverno, pois grande parte das famílias da região obtêm sustento por meio do turismo também, e os surfistas são quem movimentam o turismo durante o inverno (baixa temporada), locando casas, alimentando-se em restaurantes e comprando nos mercados e lojas”, afirma Adinho.

Na maioria das praias do extremo sul catarinenses não há muita restrição quanto ao surfe durante a temporada de pesca, porém é aconselhável que os surfistas sempre observem se há algum grupo de pescadores procedendo com o cerco, e se houver, não devem entrar na água.

Também é aconselhável que sempre perguntem aos pescadores locais sobre como funciona o regramento do surfe no local durante a temporada de pesca. Sendo assim, basta o surfista ter bom senso nos momentos em que os pescadores estiverem exercendo a sua atividade pesqueira.

Prática do tow-in está proibida no local até 30 de junho.

Tow-in na temporada de pesca da tainha

Como durante na temporada da pesca os pescadores possuem a preferência de uso da praia para o desenvolvimento das suas atividades pesqueiras tradicionais, eles pedem que não haja a prática do tow-in no Farol de Santa Marta, pois os barulhos e os movimentos do jet-ski podem afastar os cardumes de peixes que se abrigam próximo à Ilhota da Praia do Cardoso e da Cigana em dias de mar grande.

A ASTFSM apoia a decisão dos pescadores e irá auxiliar na divulgação e na fiscalização desta decisão. Aentidade somente autorizará a permanência de jet-ski na beira da praia (ou no inside) para a salva-guarda dos surfistas, sendo utilizado para casos de resgate como o de rompimento de cordinha, quebra de prancha, mal súbito, etc. Em casos de mar extremo, sem canal, o jet-ski ainda poderá auxiliar o surfista a não ser levado pela corrente que conduz para trás da ilhota, prezando, mais uma vez pela segurança dos surfistas.

“Devemos ter consideração pela atividade dos pescadores, pois são apenas dois meses de restrições, onde eles retiram do mar grande parte do seu sustento, assim como eles também tem consideração com os surfistas em liberar o surfe quando não tem peixe na praia ou quando as embarcações ficam impossibilitadas de entrarem na água. Com o devido respeito e consideração, ambos os lados podem exercer as suas atividades”, afirma a ASTFSM.

“Aproveitamos para convidar todos os surfistas e turistas a degustarem os pratos típicos nos restaurantes locais, elaborados à base de tainha extremamente fresca, pescadas minutos antes de serem servida e preparadas por quem mais entende do assunto! Ou então leve algumas tainhas para assar em casa! Estas práticas fortalecem a economia local e geram sustento a diversas famílias pesqueiras, além de manter viva a cultura pesqueira artesanal!”, finaliza a entidade.