Santa Catarina

Surfista resgata sismógrafo

Sismógrafo avaliado em US$ 280 mil e perdido desde julho de 2020 é encontrado pelo surfista João Baiuka em Jaguaruna (SC).

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Objeto detecta movimentos do solo e custa em torno de US$ 280 mil.Arquivo pessoal / João Baiuka
Objeto detecta movimentos do solo e custa em torno de US$ 280 mil.

Um sismógrafo que havia sido dado como perdido foi encontrado pelo surfista João Baiuka na praia do Figueirinha, em Jaguaruna (SC). Ao levar o “objeto não identificado” para casa, João acabou prestando um grande serviço para a ciência brasileira.

O aparelho, que detecta os movimentos do solo, foi lançando em alto-mar no Rio de Janeiro em 2019 e desde julho do ano passado não era mais localizado. O sismógrafo pertence a um projeto da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com o Observatório Nacional que estuda o fundo do mar do Oceano Atlântico.

Na terça-feira (6) os responsáveis pelo aparelho foram até Laguna (SC) para buscá-lo. “A equipe já tinha dado ele como perdido ou seria feito um grande investimento para resgatar o objeto com submarino. Mas, felizmente, o João prestou esse grande serviço para ciência brasileira”, diz o oceanógrafo Ricardo Franco em entrevista ao portal G1.

O catarinense encontrou a peça na beira da praia do Figueirinha na última sexta-feira (2). Com ajuda de outras pessoas, ele conseguiu resgatar a peça para a caçamba de sua caminhonete. “De longe eu avistei uma peça brilhando à beira-mar. Achei que pudesse ser uma caixa preta de avião, por ser laranja. Se tratava de uma peça que era desconhecida até o momento”, relata Baiuka.

Curioso, ele resolveu registrar um vídeo e postar nas redes sociais. A publicação teve um grande número de compartilhamentos e logo chegou aos pesquisadores.

Responsáveis resgatam o objeto após postagem nas redes sociais.

“Eu trouxe para casa e fiz uma limpeza completa, quando eles viram o vídeo, ficaram até emocionados como tudo isso foi acontecer. Fiquei muito contente poder fazer parte de algo tão importante para a ciência. No fim, foi um final feliz. É mais uma história que fica, mais uma aventura boa”, comemora o surfista.

O sismógrafo foi encontrado a cerca de 1.145 quilômetros de onde foi deixado. A suspeita é que condições extremas no mar, como a formação de um ciclone no oceano, possam ter deslocado o equipamento entre os dois estados.

De acordo com o coordenador do projeto da UFSC, Antônio Klein, o artefato estava perdido desde julho de 2020. Ele garante que o resgate será de grande ajuda para os pesquisadores. “Recuperar cerca de um ano de dados que foram coletado. São esse dados que vão integrar a rede sismográfica brasileira”, afirma.

De acordo com Klein, peças como essa recuperada são importadas e novas custam em torno 280 mil dólares. “É importante informar que se achar um equipamento no mar ou nas praias, o indicado é que procure as universidades mais próximas para comunicar o achado”, informa.

Fonte G1