Superbactéria

Surfistas expostos ao risco

Estudo revela que surfistas são mais vulneráveis a portar superbactéria resistente a antibióticos.

Esgoto não tratado e jogado diretamente no mar aumenta o risco de contaminação.Reprodução / YouTube
Esgoto não tratado e jogado diretamente no mar aumenta o risco de contaminação.

Um estudo conduzido pela universidade britânica de Exeter apontou que os surfistas são três vezes mais propensos a hospedar uma superbactéria resistente a antibióticos do que não surfistas.

Isso porque, em média, os surfistas engolem dez vezes mais água do mar do que um banhista comum. Estas bactérias chegam ao mar através do esgoto não tratado, como os coliformes fecais, por exemplo, e hospedam-se no sistema digestivo.

Publicado na revista Environment International, o estudo examinou as fezes de 143 surfistas que vão ao mar pelo menos três vezes por mês, e 130 pessoas com pouco contato com o oceano. Eles chegaram à conclusão de que 9% dos surfistas foram colonizados por estas bactérias resistentes a antibióticos, em comparação com apenas 3% dos banhistas.

Os surfistas apresentaram uma versão mutante da bactéria E. coli (Escherichia coli) ultrarresistente aos antibióticos. Geralmente, a E. coli não é estranha ao organismo humano, mas, dependendo da situação do sistema imunológico ou do local em que ela se encontra, pode causar desde infecções leves, como diarreias e vômitos, até casos mais graves, como infecção nos rins, podendo levar à morte.

Dra. Anne Leonard, da Universidade de Exeter, durante entrevista com surfista em Cornwall.University of Exeter
Dra. Anne Leonard, da Universidade de Exeter, durante entrevista com surfista em Cornwall.

O aumento de bactérias resistentes aos antibióticos é mundialmente reconhecido como um dos maiores desafios mundiais na área da saúde. À medida que as bactérias se tornam imunes aos antibióticos, a capacidade de tratar infecções comuns diminui. Segundo relatórios da Organização Mundial da Saúde, as superbactérias podem matar 10 milhões de pessoas por ano em todo o mundo até 2050, a menos que uma ação seja tomada.

Essas bactérias resistentes muitas vezes encontram o caminho do mar através do despejo de esgoto humano não tratado. “Esperamos que nossos resultados ajudem políticos e indústrias a tomar decisões baseadas em evidências para melhorar ainda mais a qualidade da água em benefício da saúde pública”, afirmou o Dr. Will Gaze, um dos responsáveis pelo estudo.

Fonte Carvemag

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