São Conrado

Tsunami de plástico no Rio

Enorme quantidade de lixo fica acumulada na areia e expõe triste realidade na Praia de São Conrado, Rio de Janeiro (RJ).

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Após as fortes chuvas do último sábado (2), uma triste realidade foi exposta Praia de São Conrado, no Rio de Janeiro. Uma enorme quantidade de lixo ficou acumulada na areia e foi levada pelo mar, aumentando a poluição do meio ambiente. As cenas foram registradas pelo Instituto Mar Urbano e tiveram forte repercussão na comunidade do surfe.

Kelly Slater e Gabriel Medina compartilharam as imagens no Instagram. O brasileiro compartilhou um vídeo, dizendo não saber como as pessoas que jogam lixo na praia se sentem bem. “Tem gente vivendo em outro mundo”, escreveu.

Gabriel Medina protesta contra a poluição em suas redes sociais.

Ricardo Gomes, diretor do Instituto, filmou o lixo acumulado. Ele fez uma transmissão ao vivo para mostrar as garrafas de plástico e outros objetos, como bolas e bonecas. Durante a filmagem, ele destacou o barulho causado pelo impacto da água e do lixo em uma pedra da praia. Impressionado, disse que parecia um “tsunami de plástico”.

“Pego onda no Rio de Janeiro há 40 anos. Nunca vi a água bater na pedra daquele jeito. Eu virei por causa do barulho. Esse é o chamado do oceano que a gente tem que começar a entender. A gente depende do oceano vivo para sobreviver. Essa onda foi o chamado do oceano. A gente tem que mudar nossos hábitos”, pediu Ricardo, que recomenda a diminuição do uso do plástico no dia a dia.

Porém, a pandemia de Covid-19 aumentou o uso do plástico, já que cresceu o serviço de delivery. E consequentemente as embalagens usadas para transportar a comida foram parar no mar. “O que mais tinha ali eram pedaços de embalagem de comida, de isopor”, relatou Ricardo.

Além de a população reduzir o uso do plástico, Ricardo acredita que o Estado deveria tomar três iniciativas para diminuir a poluição nos oceanos. “A primeira é a criação de uma legislação federal sobre o assunto. A segunda é aumentar oferta de produtos e embalagens sem plástico. E a terceira é a criação de zonas livres de plástico, como em Arraial do Cabo e Fernando de Noronha, onde não pode ter embalagens de plástico.

Após repercussão, companhia de lixo faz serviço na praia

Ricardo relatou que, um dia depois de o vídeo começar a circular, a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana) fez um serviço de limpeza na Praia de São Conrado, mas não conseguiu retirar objetos que já estavam próximos ao mar. “A Comlurb entrou com um trator, o que pode ter sido reflexo da divulgação do video. Mas ela é muito eficiente nisso. Só que a gente gera muito lixo. A gente tem que fazer nossa parte, porque não tem Comlurb que dê conta”, analisou Ricardo.

Nina, filha de Ricardo, costuma participar com o pai da limpeza nas praias. Ontem ela posou para uma foto ao lado do lixo no mar, com uma mensagem de “SOS”, representando o pedido de socorro dos oceanos.

Fonte UOL