Tsunami em Tonga

Imagens da destruição

Tsunami após erupção deixa pelo menos 5 mortos e devasta ilhas em Tonga. Alertas são emitidos para Nova Zelândia, Japão, Peru, EUA e Canadá.

0

A erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Haa’pai, em Tonga, causou um tsunami de grandes proporções no Oceano Pacífico no último sábado (15). O fenômeno deixou dois mortos no Peru, outras três em Tonga e foi sentido até no Alasca. Alertas foram emitidos para Nova Zelândia, Japão, Peru, EUA e Canadá.

“Um desastre sem precedentes”, declarou o governo em comunicado na última terça-feira (18), após a violenta erupção do vulcão. Em seu primeiro comunicado, o governo disse que uma aldeia foi completamente destruída pela onda gerada, e outras têm apenas algumas casas de pé.

Sobrevivestes estão em abrigo improvisado.

Pelo menos três pessoas morreram em Tonga e os sobreviventes estão em abrigos improvisados. O governo do país enviou equipes de resgate para evacuar as pessoas das áreas mais atingidas, bem como navios do exército transportando profissionais de saúde e suprimentos de água, comida e barracas.

A aldeia completamente devastada está localizada na Ilha da Manga, de 30 habitantes e onde as Nações Unidas já haviam detectado um pedido de ajuda. Uma mulher de 65 anos morreu no local. Outra vítima é uma britânica que morreu na capital, Nuku’alofa.

Com apenas 100 mil habitantes, Tonga é um país na Oceania e localiza-se no centro de uma região com forte atividade sísmica, o chamado Círculo de Fogo do Pacífico, que possui 40 mil km de extensão e pelo menos 450 vulcões ativos.

Reflexos ao redor do mundo

A erupção causou um tsunami na maior ilha de Tonga, Tongatapu, com ondas registradas a 1,2 metro perto da cidade de Nuku’alofa, atingindo estradas costeiras e inundando propriedades no sábado.

Os alertas de tsunami entraram em vigor nas nações insulares do Pacífico, incluindo Fiji, Samoa e Vanuatu. Imagens do solo em Fiji mostram pessoas fugindo para áreas mais altas na capital, Suva, enquanto grandes ondas atingem a costa.

Alertas de tsunami também foram emitidos desde algumas partes da Nova Zelândia, Japão e Peru, até os Estados Unidos e a Colúmbia Britânica do Canadá.

No Japão, a prefeitura de Iwate, no Nordeste do país, viu ondas de até 2,7 metros e vários tsunamis menores foram relatados em outros locais, de acordo com a emissora pública de televisão NHK. Na tarde de domingo, todos os alertas de tsunami haviam sido suspensos no Japão.

A erupção também enviou ondas para a costa oeste dos EUA, algumas delas com mais de 3 e 4 pés de altura (de 91 centímetros a 1,2 metros), de acordo com o escritório do Serviço Nacional de Meteorologia, em San Diego. Ondas de tsunami foram sentidas na Califórnia, Alasca e Havaí.

A erupção de sábado foi provavelmente a maior já registrada em qualquer lugar do planeta em mais de 30 anos, segundo os especialistas. Imagens dramáticas do espaço capturaram a erupção em tempo real, quando uma enorme nuvem de cinzas, gás e vapor foi expelida até 20 quilômetros na atmosfera – e as ondas de tsunami quebraram no Pacífico.

Na América do Sul, duas pessoas morreram afogadas em uma praia no Norte do Peru, depois que ondas excepcionalmente grandes foram registradas em várias áreas costeiras após a erupção. A morte de duas pessoas por afogamento ocorreu no sábado em uma praia localizada na região de Lambayeque, informou o Instituto Nacional de Defesa Civil (Indeci) do Peru.

Sem comunicação

Os esforços de resgate são dificultados pelo rompimento de um cabo de comunicação submarino, que deixou este arquipélago do Pacífico quase isolado do mundo, e pelas cinzas vulcânicas no aeroporto, que impedem o pouso de aviões.

O reparo de um cabo submarino destruído pela erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Haa’pai em Tonga pode levar até quatro semanas para ser concluído, mantendo o arquipélago de 105 mil habitantes praticamente incomunicável. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia nesta quarta-feira. Em comunicado, a pasta informou que esse foi o prazo estabelecido pela empresa norte-americana SubCom, responsável pelo serviço.

Desde sábado, a comunicação com o país é possível apenas através de alguns telefones via satélite, mantidos principalmente por embaixadas estrangeiras na capital Nuku’alofa. Ainda segundo a Nova Zelândia, a empresa de telecomunicações Digicel, operada do cabo, deve estabelecer nesta quarta uma conexão 2G provisória na região, com prioridade para comunicações de voz e SMS. A conexão deve ser “limitada e irregular”, cobrindo cerca de 10% da capacidade.

Número de mortos pode aumentar

Na terça-feira, o primeiro-ministro de Tonga, Siaosi Sovaleni, informou que, até o momento, quatro mortes foram confirmadas após o “desastre sem precedentes”. O premier ressaltou que o número de mortos pode aumentar, e que o governo ainda não conseguiu fazer contato com várias ilhas habitadas.

Até o momento, imagens de satélites apontam que pelo menos duas pequenas ilhas da região, Mango e Fonoifua, foram quase que totalmente destruídas após a explosão que cobriu o país de cinzas e gerou um tsunami com ondas de 15 metros. Em Mango, onde vivem cerca de 50 pessoas, não restou nenhuma habitação intacta. Apenas duas casas permanecem de pé em Fonoifua.

Não restou nenhuma habitação intacta em Mango.