Na onda que arrebentou meu copinho em alto mar em Copacabana (RJ), foi muito bom não ter fotógrafos por lá e nem surfista por perto. Minha prancha não partiu ao meio, mas o copinho de nylon e sua haste foram estraçalhadas.
Natação por uns 45 minutos a uma hora por uns dois quilômetros. Um bodyboarder me devolveu intacta a prancha lá na Rua Santa Clara. Eu estava esperando essa onda oceânica, mas ela quebrou uns sete metros na minha frente. Tinha fácil três metros de espuma.
Não dava para dar golfinho ou virar a prancha em direção a praia e ir de jacaré. Tive que soltar. Não tinha o que fazer, soltei ela de lado para não partir mas o copinho esgarçou no ato.
Foi uma boa natação pela parte da manhã. A tarde rolou um campeonato de bodyboard lá e fui descer uma onda para tirar o recalque, mas continuava grande. Lá fora, que quebrava esporadicamente de manhã, na maré seca estava máquina. O quebra coco não devia nada a lugares famosos. Grande e tubular, três metros plus.
Vi várias quando estava tentando encontrar minha prancha. Faz tempo que eu não vejo assim, mas surfe de ondas maiores é assim mesmo. Tem horas que você só apanha. Uma hesitação em ir para o Sorriso (laje) ou continuar em alto mar foi meu erro.
Nadei para caramba lá de fora até a Rua Miguel Lemos, com uma correnteza absurda. Mas é isso aí, na hora do sufoco você tem que estar preparado. Comecei a nadar, falando para mim mesmo: A roubada que você pensou que ia passar está acontecendo, vai nadar para caramba.
Às vezes eu pensava em parar e descansar, mas o corpo entra no automático da pesca submarina. Fui para a areia sem parar. Liberou um pouco da dor de coluna eterna (risos). A história vai sem foto, só que está na cabeça o estrondo da espuma em minha frente. Só o barulho já valeu a pena.
Ou eu faço uma prancha 10, 11 ou 12 pés para surfar em alto mar de Copacabana ou vou passar sufoco em uma 8’6. Fica pequena quando a onda é fora da baía de Copa, não tem parada, é grande mesmo.
