Quiver para Keramas

Escolhas do Filipe

Se as pranchas estão funcionando, não há muito porque mudar. Só um pouco.

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Filipinho comanda o show com suas manobras em Bali.

Filipe Toledo vem apavorando muita gente com o surfe apresentado à base de praticamente dois modelos de prancha. Claro, Marcio Zolvi, com quem falei, afina cada prancha de maneira específica, mas basicamente Filipe está usando dois modelos.

O modelo HT2.5 tem como diferença do HT2 a rabeta swallow e a famosa canaleta. Ah, sim, HT vem de “Holy Toledo”.

O que há de novidade nas pranchas do Filipe em 2019 em relação ao shapee glass?

Não há muitas novidades ou mudanças nas pranchas do Filipe. Ele continua surfando com a #77 e a HT2.5, que é aquela swallow com canaleta. Essas têm sido as duas de preferência dele para quase todo tipo de onda. Para aquelas ondas mais quebradas, mais beach break a HT2.5 e para ondas mais esticadas, mais point break, a #77.

Qual foi a principal diferença do quiver de Bells?

Em Bells a onda pode tomar várias formas. Foi o que aconteceu, com aquelas ondas ficando grandes e mais cheias. Filipe levou mais de vinte pranchas e, no final, naquele mar o Filipe acabou usando umas pranchas que ele não queria nem testar, por terem bordas grossas. Mas disse a ele que havia feito essas pranchas justamente para o caso das condições ficarem como ficaram e funcionou. Com as pranchas normais seria difícil ter o mesmo desempenho. Não deu outra. Ele pegou aquela verdinha de bordas mais cheias e a prancha funcionou como o planejado.

Algumas pranchas estão com uma canaleta. Como funciona? É num modelo específico?

O Filipe já gostava da HT2, tradicional (round tail). A HT2.5, swallow com canaleta de saída, surgiu para darmos uma segurada bem no finalzinho da rabeta. Ele vinha trazendo uns carvings mais alongados e, como a HT2 não tem muito tail rocker de saída, eu queria criar um pouco mais de tração ali. Fiz uma canaleta, com bastante edge, bem no fim da rabeta. Funcionou dentro do que queríamos.

Lembra da vitória épica em J-Bay, em 2017? Pois é, foi com o modelo #77. Curvas de fundo acentuadas e edge de cortar queijo na rabeta.

Qual o quiver do Filipe para Keramas?

Fiz umas pranchas lá na Austrália e o Filipe gostou do material de lá. Os caras tem um bloco bem leve, parecido com o Teccell brasileiro, e a laminação dos caras da Sharpeye australiana é muito boa, são pranchas de alta qualidade. As pranchas de Keramas, tanto do Filipe quanto do Kanoa Igarashi foram produzidas na Austrália. Filipe está de HT2.5 e #77, para poder vairar conforme as ondas que podem ficar maiores e um pouco mais para fora da bancada, mais cheias, ou mais cavadas e tubulares, dependendo do tamanho do swell e hora da maré. Todas praticamente com as mesmas dimensões das pranchas do ano passado: 5’10” X 18 ¼ X 2 ¼ variando entre 23.7 e 24.2 litros.