Gabriel Medina

Quiver para Saquarema

Johnny Cabianca fala sobre as escolhas de Gabriel Medina para a etapa brasileira do Championship Tour.

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Johnny Cabianca vem desenvolvendo a DFK com Gabriel desde 2009. O modelo ajudou a conquistar dois títulos mundiais.

O trabalho realizado entre Johnny Cabianca e Gabriel Medina vem de longa data. Gabriel não parece necessitar de novos modelos de pranchas e isso parece ser uma vantagem. Cada milimétrico detalhe pode apurar o funcionamento de um mesmo modelo, mas isso só acontece se você não ficar pulando de um para outro.

Sim, o bicampeão mundial testa pranchas diferentes, mas parece ter atingido aquele ponto em que sabe exatamente o que quer daquela que vai usar nas baterias. É o caso de seu quiver para Saquarema.

“São todas DFK. De 5’11” a 6’1”, com 19 x 2 7/16”, tudo em PU”, conta Johnny. Curioso que só perguntei se rolou alguma afinação especial nas pranchas para Saquarema. “Só mudei um pouco na borda do bottom, onde sempre dou uma variada de acordo com o mar. Ficaram mais soft”, responde o shaper.

Variações sobre o mesmo tema, DFK. Round, round thumb, round squash, de 5’11” a 6’1”. Toca para Saquarema!

É interessante constatar o quanto funciona uma parceria em longo prazo. Lembro do Darren Handley, da DHD, me explicando que pouquíssimas coisas mudaram nas pranchas de competição do Mick Fanning depois que chegaram a um modelo que se provou perfeito para o que Fanning queria fazer nas ondas.

Um acerto no rocker aqui, uma mudadinha no ângulo do outline ali. Nada que pudesse dar outro nome àquele modelo de prancha. Segundo Darren o Fanning usou basicamente o mesmo modelo e medidas durante mais de uma década.

Quanto mais você conhece seu equipamento mais à vontade pode ficar. Gabriel Medina sabe muito bem disso, dentro e fora d’água.

Johnny contou que a DFK (Da Freak Kid) foi criada para o Gabriel em 2009. Desde então ele usa basicamente só esse modelo nas competições. Lógico, a prancha, como o próprio Gabriel, evoluiu de forma tal que funcionam juntos em quase todas as ondas do Tour. A DFK funcionou, por exemplo, para as vitórias do Fiji e Taiti, em 2014.

“O modelo hoje gera muito mais velocidade e um melhor equilíbrio, facilitando as manobras mais progressivas e explosivas, mantendo o fluxo e o impulso na onda”, comenta Cabianca.

O modelo DFK acabou ganhando um pouco mais de largura e volume, conforme Gabriel foi crescendo. Algumas linhas foram sendo rearranjadas, mas o conceito continuou sempre ali.

A magia de uma prancha normalmente reside em detalhes tão sutis que fica até difícil saber exatamente o que são para poder replicar. Porém, é muito mais fácil acertar quando a base de tudo se mantém a mesma. Em time que está vencendo não se mexe… Só um pouquinho aqui, no ângulo da quilha ali…