Shark Coat

Agilidade e inovação

Quatro amigos se reúnem para vender pranchas com pele sintética de tubarão com objetivo de proporcionar surfe mais rápido.

0
Leandro Dolfini, Sergio Ficarelli, Valter Pieracciani e Eduardo Takeuchi, sócios da Shark Coat.

Quatro empresários brasileiros estão trazendo uma tecnologia da empresa que reproduz a pele de tubarão para diminuir o atrito, e irão aplicar em pranchas de surfe. A ideia é aplicar essa camada no equipamento, fazendo com que as pranchas deslizem mais rapidamente pela água, ganhando até 30% de velocidade.

“O tubarão é um dos animais mais antigos da face da terra e vem evoluindo há mais de 450 milhões de anos”, diz Valter Pieracciani, fundador e CEO da Shark Coat, empresa que vende a pele sintética de tubarão.

“Além da aerodinâmica dele permitir deslocamentos rápidos, cientistas descobriram que sua pele tem 4.000 micro escamas por centímetro quadrado, o que permite que ele saia de zero para 50 quilômetros por hora em fração de segundos”.

Os cientistas da Basf desenvolvem, a partir desse conhecimento, uma pele sintética de tubarão. A primeira aplicação no mercado foi em asas de avião para reduzir a resistência aerodinâmica, economizando combustível, numa parceria com a Lufthansa.

Agora, em parceria com a brasileira Shark Coat, a Basf usará o mesmo material para fazer as capas às pranchas.

“Essa biotecnologia chamou nossa atenção”, diz Pieracciani.

“Somos pesquisadores, estamos sempre procurando o que acontece. Identificamos essa tecnologia e pensamos que poderíamos usar no surfe”.

Por que o surfe?

Os quatro sócios são apaixonados pelo esporte. Pieracciani e Sérgio Ficarelli, que é chefe de operações da Shark Coat, por exemplo, já surfam há mais de 50 anos. Os outros dois, Leandro Dolfini e Eduardo Takeuchi, também praticam o esporte.

A expectativa da Shark Coat é que a capa de pele sintética de tubarão aumente em 30% a velocidade da prancha.

Como foi o processo para criação da Shark Coat

Pieracciani é engenheiro mecânico, mas há anos trabalha como especialista em gestão de inovação. Foi nessa área que se aproximou de negócios como o da Basf, um gigante laboratório de pesquisa e inovação sediado na Alemanha.

Quando se juntaram com os cientistas alemães para comentar sobre a possibilidade de aplicar a tecnologia em pranchas de surfe, o negócio começou a decolar.

“A própria Basf ficou bastante empolgada”, diz Ficarelli.

“Eles estavam focados na aviação, e apresentamos um novo mundo para eles”.

A parceria dará representação exclusiva desse produto da Basf para que os brasileiros sejam os únicos a vender o produto no Brasil, nos Estados Unidos e na Austrália, três países com mercado potencial grande no mundo de surfe.

“No Brasil, temos cerca de 120.000 pranchas novas por ano. Entre os Estados Unidos e a Austrália, são outras 600.000”, diz o fundador.

Como funciona o Shark Coat

O Shark Coat é uma película plástica que envolve toda parte de baixo da prancha, que desliza na água. Ela é colocada na prancha por um grupo de aplicadores parceiros treinados pela Shark Coat.

No Brasil, a ideia será vender diretamente para o consumidor final. Nos Estados Unidos e na Austrália, a ideia é fazer parcerias com as fabricantes e oferecer para os clientes enquanto eles estão customizando o novo equipamento, como se fosse um acessório.

O material é de alta durabilidade, e a expectativa da empresa é faturar ao longo prazo pela própria tendência de mercado de renovação das pranchas.

“Temos um universo de 30 milhões de surfistas pelo mundo. E a média é que cada um tenha cerca de quatro pranchas”, afirma.

“Além disso, a média de duração de uma prancha é de três anos. Agregando esses dois fatores, acreditamos que temos um bom mercado pela frente”.

Cada Shark Coat custará cerca de 1.500 reais. O produto será produzido na Alemanha e será importado para o Brasil. A empresa ainda não tem estimativa de quanto irá faturar neste primeiro ano de operação.

Fonte Exame