Al Hunt exibe o catálgo de revistas brasileiras. Foto: Arquivo Pessoal / Al Hunt. |
O australiano Al Hunt é uma figura conhecida no meio profissional do surfe mundial. Já foi presidente da ASP (Association of Surfing Professionals) e hoje é diretor de prova nas etapas do WQS, mesmo trabalho desempenhado pelo brasileiro Renato Hickel no WCT.
Mas, por trás da trajetória de Al Hunt na entidade que comanda o esporte no mundo, existe um vício que vai além de somente manter os olhos nos melhores surfistas. Ele é um ávido colecionador de revistas e jornais de surf de todos os lugares do planeta e hoje possui mais de 10 mil capas catalogadas.
A coleção da Hunt inclui publicações da Argentina, Austrália, Brasil, Chile, Canadá, Ilhas Canárias, Costa Rica, França, Alemanha, Holanda, Indonésia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Peru, Portugal, Porto Rico, Costa Rica, Espanha, Tahiti, Inglaterra, Rússia, Uruguai, Venezuela, Estados Unidos, Suíça, entre outros países ainda sendo catalogados.
O australiano é um colecionador cuidadoso e possui um catálogo para as mais d 10 mil capas. Foto: Guto Amorim. |
Outros produtos relacionados ao surfe também atraem o interesse de Al e ele se preocupa em arquivar adequadamente livros e mais de 4 mil camisetas originais dos anos 60 e 70, daquelas floridas, que Duke Kahanamoku costumava usar quando viajava ao redor do mundo nas competições de natação dos anos 60.
Ele ainda conta com mais ou menos mil posters de campeonatos e filmes, como o lendário The Endless Summer. Como integrante da ASP, ele também é fanático por resultados de competições remotas e atuais.
E, por falar em resultados, ele não deixa de dar opinião sobre a vitória de Adriano Mineirinho na Austrália, consagrado como o melhor surfista Pro Junior do mundo.
Adriano Mineirinho folheia o jornal Adrenasurf. Foto: Guto Amorim. |
“Adriano era o atleta a ser vencido. Desde sua primeira onda na primeira bateria, eu e os juizes comentamos que ele tinha um extra. E foi isso que fez dele campeão mundial Pro Junior com 16 anos”, disse Al, emocionado e pausadamente, como se estivesse assistindo a trajetória do brasileiro até o ponto mais alto do pódio.
Ele conta que ainda lembra da primeira vez que esteve no Brasil e encontrou Rico de Souza no Arpoador, nos anos 70, quando ficou impressionado com o potencial do surf no país e com o nível dos atletas. Foi naquela época que ele aproveitou e levou na bagagem alguns exemplares de revistas brasileiras.
Hunt até hoje fica impressionado com o número de revistas e jornais que aparecem no mercado brasileiro. “Graças ao João Carvalho (N.R.:assessor de imprensa da ASP South America), sempre recebo novas revistas ou jornais. Porém, muitas publicações desaparecem. Parece que o mercado de mídia impressa no Brasil é bem instável e isso me complica um pouco a atualização dos exemplares”, explica Al, sem entender muito sobre as dificuldades para manter uma revista especializada em surf no Brasil.
A revista Fluir é um dos poucos veículos a sobreviver por tanto tempo em meio a tantos altos e baixos da economia brasileira. Foto: Arquivo Pessoal / Al Hunt. |
Durante o Quiksilver Pro de 2002, em Snapper Rocks, aconteceu um fato engraçado. Enquanto eu fazia meu cadastro na sala de imprensa do campeonato, Al estava por perto e me ouviu dizer que era do Brasil e editor do jornal Adrenow.
Então, olhou-me sério, dos pés à cabeça, e perguntou se eu tinha cópia dos exemplares # 19, # 20 e # 24, justamente os últimos que faltavam para completar sua coleção.
Eu fiquei branco e no começo achei que ele estava brincando, mas depois ele me mostrou um catálogo com todas as capas das edições anteriores do Adrenow e fiquei impressionado com as 52 capas de diferentes revistas e jornais do Brasil que completavam o catálogo.
“É uma pena no Brasil ninguém estar preocupado em manter a história do surf, mas se alguém estiver, gostaria muito de entrar em contato”, diz o colecionador.
A Brasil Surf foi a primeira publicação especializada do país. Foto: Arquivo Pessoal / Al Hunt. |
Al Hunt aproveita para fazer um apelo a todos os editores das revistas brasileiras para que continuem mandando os novos exemplares, e informa abaixo as edições que faltam para completar a coleção do Brasil.
Para entrar em contato com ele, envie mensagem para [email protected] ou escreva para o endereço PO Box 4205, Bay Village – NSW 2261 – Austrália.
Confira galeria de fotos com as imagens das publicações brasileiras da coleção do australiano.
Edições que faltam na coleção de Al Hunt
– Adrenow – # 19, 20 e 24
– Alltas – #13, 14
– Alma Surf – # 7
– Aspgua – # 1
– Beach Break – # 1, 2, 3, 4
– Boards – # 9
– Coasta Sul # 1, 9
A Visual Esportivo veio logo depois e abriu o leque de abordagens dos esportes. Foto: Arquivo Pessoal / Al Hunt. |
– Expresso # 35
– Feserj – # 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 12, 19
– Hardcore – # 3, 4, 145, 147, 154
– Hardboard – # 1, 13, 15
– Info Wave # 1
– Informar #1, 25
– Informe Surf # 5, 10
– Inside # 1, 2, 3, 4, 5, 6
– Jornal do Surf # 8
– Jornal surf Informação # 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8
– Jornal Taking – todas as edições
– Jornal Paulista de surf – todas as edições
– Kssino # 1, 2, 3, 4, 5
– North Shore Paulista – todas as edições
– Nuts # 2, 3, 4
– Quiver # 1-32, 41, 42, 43, 51, 54, 56, 57
– Radical News – todas as edições
– Resgate # 2
– Rio Surf # todas edições depois da #8
– Solto na Vala # 1, 3>11
– Sport Session # 1-15, 41, 42, 43, 51, 54, 56, 57
– Storm # 1-20, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 31
– Surfboards # 2, 3, 4, 6
– Surf News # 1, 2, 3
– Surf Nordeste # 1
– Surf People # 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 13>
– Surf Show – todas as edições
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– Surf Week # 1, 2, 3, 4, 5, 7>
– Surf Xpress # todas as edições
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– Tempo # todas, menos #12, 18, 22
– Tribo Agua # todas, menos # 12, 18, 22
– Vertical # 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 15>
– Visual Surf # 21, 23