Um grupo de atletas veteranos, intitulado #SurfeLivre, lançou uma petição virtual pedindo o afastamento de Adalvo Argolo da presidência da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf).
A petição conta com aproximadamente duas mil assinaturas, incluindo de atletas e ex-atletas como Caio Ibelli, Alex Ribeiro, Phil Rajzman, Guilherme Herdy, Jojó de Olivença, Raoni Monteiro, Rodrigo Dornelles, Lucas Silveira, Ricardo Tatuí, Felipe Cesarano, Gabriel Pastori, Caio Vaz, Hizunomê Bettero e Marcelo Trekinho, dentre outros.
Na página da petição, o #SurfeLivre faz uma série de críticas à atual gestão da Confederação Brasileira de Surf. O movimento foi iniciado no fim de 2018, depois que a equipe brasileira ficou fora do ISA Games no Japão, e voltou a se intensificar quando a diretoria da entidade anunciou o fechamento do seu circuito brasileiro profissional a poucos meses do início da temporada.
Fazem parte do #SurfeLivre Alvaro Bacana, Raphael Becker, Jojó de Olivença, Raoni Monteiro, Robson Fraga, Danilo Costa, Roni Ronaldo, Ricardo Tatuí, Sérgio Noronha, Rodrigo Jorge, Bruno Marujinho, Alex Willian, Tony Heard, Dalmo Meirelles, Anderson de Sá, Artur Gama e Hector Correia.
Recentemente, a diretoria da Confederação foi duramente criticada nas redes sociais por Raoni Monteiro e Picuruta Salazar. Ambos também reclamaram da falta de posicionamento dos Tops.
Campeão mundial em 2015, Adriano de Souza respondeu à cobrança de Raoni. “Você tem toda a razão da sua revolta, tem todo direito de se expressar, mas está errado em jogar os atletas do CT na fogueira desse jeito. Não temos nada a ver com os erros dos outros. Você vai se expressar no Brasil e não dá, as pessoas não têm diálogo, misturam futebol com surf, com Bolsonaro, com Lula… Infelizmente não dá”, escreveu Adriano.
“Isso tem que ser resolvido internamente e não público desse jeito. Política é foda! Eu nunca fiz parte e não pretendo isso pra minha vida! Todos nós, surfistas, estamos revoltados. Isso não é de hoje. Admiro muito você, uma pessoa muito casca-grossa, já foi da elite, sabe como as coisas funcionam, mas a garotada do CT não tem nada a ver. Atletas têm que se preocupar em ser atletas e não em ser político. Além da concorrência, hoje em dia a maioria sem patrocínio, poucos campeonatos, a realidade mudou, estamos sofrendo juntos esse período. Agora, o cenário tem que ser mudado, Raoni, não só o seu pedido, mas o Brasileiro Amador, que foi largado há 10 anos, no qual você foi campeão e foi a minha referência… A sua voz também tem que ir para o feminino. O caso é grave e não é de hoje”, completou Adriano.
Já no post de Picuruta, quem respondeu foi o atual campeão mundial Italo Ferreira. “Falou tudo! Agora, quando eu assinei para o cara cair, poucos estavam do meu lado e ninguém lembra agora. Depois nego fala que eu estou no muro, etc! Quando era pra tirar, ninguém se mexeu de verdade e os caras continuaram no comando. Em nenhum momento falei que apoio entidade alguma. Pelo contrário, eu votei pra eles saírem”, escreveu o potiguar.
Na última segunda-feira, em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, Italo foi questionado sobre o assunto e criticou Picuruta. “Acho que ele falou demais no vídeo, acho que se exaltou, e só vejo palavrão no vídeo dele”, disse Italo. “Está no direito, botou a cara ali, mas as pessoas não são quem elas aparecem no celular… Se ele realmente quer mudar, faz um projeto, junta os amigos, apresenta o projeto e chama pessoas que realmente querem mudar o cenário”, continuou o campeão. “Ele não é amigo do Adalvo? Liga para o cara e fala na cara dele, pega um voo, vai até lá. Hoje em dia as pessoas põem muito a cara assim, e quando você vai de frente com ela, cara a cara, a pessoa não é o que ela falou no vídeo”, desabafou.