No começo do século passado, eram poucos os veranistas que aportavam em Torres (RS). A praia ficava longe da capital Porto Alegre e sua beleza virava cenário de férias somente para os mais aventureiros ou privilegiados.
Os anos avançaram e, aos poucos, a praia começou a ganhar suas primeiras casas de veraneio. Um delas mudou de endereço para se tornar ponto turístico e histórico. Na última sexta-feira (19), o Chalé Gerdau Johannpeter – onde por anos as famílias que o nomeiam passaram veraneios – foi entregue à prefeitura de Torres, depois de ser reformado e levado da Prainha para a Praia dos Molhes.
O imóvel de madeira foi construído em 1920 por Walter Gerdau e deve abrigar em breve um memorial do surfe e outras atividades a serem definidas pela administração do município. Toda a estrutura foi remontada no novo endereço, junto à Praça Zeca Scheffer, em frente à Associação dos Amigos da Praia de Torres (Sapt). O trabalho foi viabilizado pela Construtora Ivo Rizzo e um grupo de empresários, entre eles Jorge Gerdau Johannpeter, Eduardo Bier, Renato Rizzo e o belga Christian Hunt.
“Tenho minha infância ligada a esse chalé. Estou contente e realizado com esse projeto” disse Dado Bier, ao Gaúcha ZH, pouco antes da solenidade de entrega.
Para os surfistas da praia que resguarda a história do esporte no Rio Grande do Sul, contar com o espaço do chalé pode ser um incentivo a ações que ampliam a prática na cidade e no Estado. A Associação dos Surfistas de Torres (AST) pretende pleitear um espaço no local e promete ajudar a fiscalizar a manutenção do chalé pelo poder público, além de colaborar para a organização do acervo, que será reunido a partir de peças da comunidade.
“O chalé em si já tem uma história bonita (a família Gerdau/Johannpeter é pioneira no surfe no Estado). A gente pode ajudar a enriquecê-la” diz o presidente da entidade, Giuliano Homem.
O terreno que abrigava o chalé, na Prainha, receberá um novo empreendimento. Será um prédio único, integrado ao morro, projetado pelo arquiteto Dino Damiani e executado pela Construtora Ivo Rizzo. O empreendimento conta com dez casas suspensas em um terreno de frente para o mar.
Fonte Bruna Porciúncula / Gaúcha ZH