Ricardo Ramos, também conhecido por Xicogaivota, nasceu em Lisboa em 1978 e é um artista extraordinário alimentado por um propósito muito nobre: ele só quer que os seus filhos e a próxima geração vejam o que ele viu. É empolgante descobrir o processo de como esse propósito se canaliza para tudo, desde onde ele escolhe trabalhar até os materiais que usa.
Xicogaivota remove plásticos e outros materiais encontrados em praias remotas e os transforma em obras de arte. Para ele os detritos marinhos não são lixo, sendo reaproveitados como matéria-prima para as suas criações.
Numa sociedade distópica baseada no consumo descontrolado e no descarte inconsequente de resíduos, é uma atitude louvável. O que começou como uma maneira de fazer presentes de Natal para a sua família ao invés de comprar, é agora a sua marca registrada.
“Você olha para estas peças e enxerga lixo plástico”, diz ele. “Eu olho para elas e vejo formas perfeitas. Eu vejo belas peças, cores impossíveis que não encontras em nenhum outro lugar, histórias. Eu adoraria saber de onde elas vêm, o que viram e por onde viajaram. É por isso que eu as guardo. Eu sou viciado nesses lugares”, acrescenta Xico.
“Tenho necessidade de ver poças, ver pedras e absorver toda essa beleza. É a nossa casa e de toda a gente, mas acaba por ser a minha casa pelo menos quando a estou limpando. Eu quero deixá-las iguais e adoraria ver os meus filhos irem lá daqui alguns anos e ficarem ‘loucos’ como eu fiquei quando vi estes lugares tão únicos e tão especiais”.
O trabalho de Xicogaivota tem o poder de despertar a consciência ambiental sobre o nosso dilema dos resíduos plásticos e contribuir para um modo de vida mais sustentável, é a tradução perfeita da expressão “agir localmente, pensar globalmente”. Todos nós devemos ser gratos pelo trabalho de uma mente tão criativa como esta.
Para saber mais, acesse o site Xicogaivota.
Matéria originalmente publicada no site Beachcam.