Marcada para esta quarta-feira (30) em formato virtual, a eleição para presidente e vice da CBSurf (Confederação Brasileira de Surf) segue tumultuada nos bastidores e ao que tudo indica ainda terá novos capítulos na Justiça.
A chapa Nação Surfe Brasil, que tem Ricardo Bocão e Paulo Moura como candidatos a presidente e vice, respectivamente, afirmou em nota que não vai reconhecer a legitimidade do pleito e também não participará da eleição desta quarta, além de tentar anular a votação na Justiça.
A eleição originalmente estava marcada para o dia 18 de dezembro em um hotel de Salvador (BA), mas acabou suspensa pelo Tribunal de Justiça da Bahia depois que seis federações estaduais (Sergipe, Paraíba, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas e Ceará), apoiadas pela Nação Surfe Brasil, indicaram uma série de possíveis irregularidades no processo eleitoral. Um novo edital foi publicado pela CBSurf na última semana e o pleito acabou remarcado para o dia 30 de dezembro.
Dentre as principais demandas solicitadas pelo Tribunal de Justiça estavam a publicação de um novo edital especificando quais pendências deveriam ser superadas para o exercício do direito de voto pelas Federações; a possibilidade de uma votação não presencial, conforme exige o art. 22, IV, da Lei Pelé; o afastamento da Comissão Eleitoral do advogado Marcelo Franklin (advogado da própria CBSurf); e a realização de um novo pleito para a eleição de novos membros da Comissão de Atletas.
De acordo com a CBSurf, as solicitações judiciais foram atendidas para a realização desta nova eleição do dia 30, o que é veementemente negado pelos representantes da Nação Surfe Brasil.
“A decisão da justiça foi bastante clara de que um novo procedimento precisava ser convocado e não simplesmente uma retomada do anterior. A continuidade do procedimento anterior, cheio de remendos e sem cumprir todas as determinações da decisão judicial, trará uma enorme insegurança jurídica, pois é grande a chance de que o tribunal venha a anular esse procedimento convocado para o dia 30. Como o Tribunal está em recesso, a CBSurf está se aproveitando disso para seguir com a eleição sem qualquer decisão judicial que de fato confirme o cumprimento das pendências existentes, o que é uma conduta bastante reprovável”, escreve a Nação Surfe Brasil em nota oficial (clique aqui para ler na íntegra).
Além de Ricardo Bocão, Adalvo Argolo – que tenta a reeleição – e o baiano Jojó de Olivença também disputam a presidência da CBSurf pelos próximos quatro anos (2021-2024). No pleito ainda serão escolhidos três membros titulares e três suplentes do Conselho Fiscal da entidade.
Uma das grandes polêmicas gira em torno das federações aptas a votarem no pleito online do dia 30, de acordo com o edital da CBSurf. Apenas Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro e Santa Catarina têm direito a participar, já que as outras entidades estaduais contariam com algum tipo de pendência com a Confederação. As regras para a escolha dos oito membros da Comissão de Atletas – que também possuem direito a voto – são outro ponto contestado pela Nação Surfe Brasil.
Fazem parte do quadro atual da Comissão de Atletas: Bruno Galini, Nathalie Martins, Suelen Naraísa e Wiggolly Dantas (Surfe), Carlos Bahia (Longboard), Luiz Phelipe Nobre (Para Surfing), Ivan Tadeu dos Santos (SUP) e Eder Luciano (Bodyboarding).
“O mais gritante dos descumprimentos da decisão judicial é a não realização de nova eleição para uma adequada composição da Comissão de Atletas, tendo em vista que a atual comissão foi composta de forma aleatória e não por eleição realizada entre os próprios atletas”, diz a Nação Surfe Brasil em nota.
“Há notícia de que cinco atletas teriam sido eleitos em eleição realizada em maio de 2019. Contudo, não existe qualquer registro dessa suposta eleição no site da CBSurf, o que leva a crer que, se realmente ocorreu, ocorreu de forma totalmente sigilosa, para não dizer pouco transparente, sem qualquer menção aos candidatos inscritos, data específica da eleição em maio de 2019 ou da edição e publicação dos atos convocatórios necessários. Ora, como de fato foram eleitos esses cinco atletas em maio de 2019? Essa é mais uma das muitas perguntas sem respostas nesse nebuloso processo eleitoral conduzido pela CBSurf”, completa a chapa.