Um novo grupo de surfistas peruanos têm feito história no esporte do país. O “Inka Team”, como é chamado, se destaca pela garra e pela luta por títulos, além da ascendência nos campeonatos e aumento nas participações nas etapas do QS (Qualifying Series).
Considerado o maior e mais consistente grupo de surfistas da história do país, o Inka Team conta com ajuda financeira do governo peruano. Ele é composto por Adrián García, Sebastián Correa, Joaquín del Castillo, Cristóbal de Col, Jhonny Guerrero, Álvaro Malpartida, Alonso Correa, Juninho Urcia, Lucca Mesinas e Tomás Tudela, todos entre 20 e 35 anos.
Joaquin del Castillo, 23 anos, membro da trupe, explica a origem do nome do grupo. “Vem dos Incas, da nossa raça, dos nossos princípios, sabe? Toda a cultura por trás do Peru é muito importante pra nós”, revela.
O Peru tem tido o melhor desempenho em eventos de QS em sua história. Em 2018, foram um sétimo e um nono lugar em Pipe, uma vitória em San Bartolo, outra em Barbados, dentre outros resultados respeitáveis. Esse cenário, tão impensável há alguns anos, tornou-se a realidade de boa parte dos peruanos no QS.
A verdade é que há alguns anos a presença do Inka Team nos torneios QS não é pequena. Cada vez mais sólidos, os resultados sugerem que uma participação do país no CT é cada vez mais possível.
O aumento no número de atletas ajudou no fortalecimento da equipe. A crescente formação de um grupo consolida o princípio em comum em todos eles: vencer dentro d’água e mostrar a força peruana.
Auxílio extra
O apoio do governo peruano aos surfistas faz parte de um programa chamado: “Plano Prioritário para Lima 2019”, que visa a seleção de atletas para alcançar os Jogos Pan-Americanos da melhor maneira possível. Aproximadamente dez surfistas fazem parte desta empreitada, que servirá para preparar os quatro melhores (duas mulheres e dois homens) que competirão em Lima esse ano.
Para isso, o Peru gasta mais de meio milhão de dólares por ano em passagens, hotéis, salários para atletas, equipamentos e treinadores. “O surfe mais poderoso da América Latina depois do Brasil”, informa a Federación de Tabla.
O experiente Alvaro Malpartida diz: “Eu realmente sinto que o apoio do governo e federação vai além de um respiro econômico, mudou nossa maneira de pensar. Saber que você tem mais pessoas interessadas em promover uma vitória peruana é um grande sentimento para o atleta. Ele se juntou a nós como um grupo, juntou-se a vários surfistas que antes tinham eventos limitados devido a questões econômicas e a essa fortalecida do Inka Team”, comenta Alvaro.
Lucca Messinas, campeão do QS 3.000 em Barbados em 2018, explica: “Todos nós sabemos que correr o QS é muito caro. E agora temos esse apoio do governo estão nos ajudando com as passagens e, em alguns campeonatos estiver viajando com treinadores e videomakers, é algo surpreendente, algo que nunca tinha antes; é uma nova experiência que é incrível ao mesmo tempo.”
Ele ainda conclui: “Acho que essa é uma das razões pelas quais tantos peruanos têm se saído tão bem ultimamente e, de fato, continuaremos a nos sair bem enquanto viajamos em grupo e estamos todos unidos, apoiando uns aos outros e dando conselhos em todas as baterias, para todo lugar que vamos”.
Influência brasileira
“O Peru sofre uma influência muito grande do Brasil, é como um caminho a seguir”, diz Joaquin. Para ele, os brasileiros são bem sucedidos em todos os esportes que praticam e na “tabla”, como dizem “prancha”, não poderia ser diferente.
Aline Simon é estudante de jornalismo na PUC-PR e colaboradora do site Torcedores.