Assim como grande parte dos estados do Brasil, o Rio Grande do Sul vive o seu pior momento nesta pandemia de Covid-19, com UTis lotadas e um crescimento vertiginoso no número de mortes e novos casos da doença.
Na última sexta-feira (5), o governador Eduardo Leite confirmou a manutenção da bandeira preta no estado até pelo menos o dia 21 de março. O anúncio foi feito após reunião com a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs).
No entanto, a medida que proíbe o banho de mar e a prática de esportes aquáticos durante este período causou polêmica entre os surfistas. Por causa disso, a Federação Gaúcha de Surf (FGSurf) emitiu uma nota oficial de repúdio contra o decreto.
“Entendemos que o surfe, como prática esportiva individual que respeita o distanciamento social, e realizada em ambiente absolutamente aberto e integralmente asséptico, é uma das melhores formas de prevenção à saúde”, diz o texto da FGSurf.
De acordo com o governador, essas e outras medidas mais rígidas foram tomadas em razão do agravamento da pandemia do coronavírus no Rio Grande do Sul. Nas últimas semanas, foram registradas falta de leitos de UTI em todo o estado.
“Estamos numa situação muito crítica e que piora a cada dia. Mesmo com os esforços de ampliação de leitos, a velocidade de propagação do vírus e a velocidade do aumento das internações hospitalares é enorme, muito maior do que tivemos nos momentos críticos do ano passado. Em cada um dos picos de julho e novembro, chegamos a 2,6 mil pacientes internados em leitos clínicos e de UTI. Agora, temos mais de 7,2 mil pessoas hospitalizadas por Covid-19”, explicou o governador em transmissão ao vivo.
Confira abaixo a nota da FGSurf na íntegra:
“A Federação Gaúcha de Surf, entidade máxima de representação do nosso esporte no Rio Grande do Sul, vem a público para, de forma oficial, manifestar o que segue:
– Somos absolutamente sensíveis ao grave momento em que passa o nosso País, em especial o nosso RS, devido à pandemia de Covid-19;
– Entendemos que o surfe, como prática esportiva individual que respeita o distanciamento social, e realizada em ambiente absolutamente aberto e integralmente asséptico, é uma das melhores formas de prevenção à saúde;
– Entendemos que não faz qualquer sentido proibir a prática do surfe e autorizar outras atividades ao ar livre, tais como caminhada e corrida;
– Não há qualquer argumento científico ou médico que sustente a proibição do surfe;
– Por tudo isso, repudiamos a decisão do governo em proibir a prática do surfe, enquanto eventos como o futebol profissional continuam ocorrendo em nosso Estado.
Fica a nossa solidariedade a todas as famílias dizimadas pelo coronavírus e afirmamos que o surf salva vidas através da prática saudável de um esporte absolutamente sensacional.
Galera do surfe: mantenham o distanciamento social, usem máscaras, higienizem as mãos e exercitem seus pulmões.”