Seis dias em ilha deserta

Surfistas encontram homem isolado

Surfistas pedem resgate para homem que foi arrastado pelo mar e ficou isolado por seis dias em ilha próxima à Praia de Grumari (RJ).

Jardineiro

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Jardineiro perdido por 5 dias em ilha deserta comeu limão e carvão

O jardineiro Nelson Nedy Ribeiro, de 51 anos, ficou ilhado por cinco dias após cair de uma pedra e ser arrastado pelo mar em Grumari, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu no dia 5 e a correnteza o arrastou por cerca de 1,3 km até a Ilha de Palma. E ele só foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros no último sábado (13), após ser visto por surfistas que pegavam onda na área.

O sábado era o sexto dia de Nelson na Ilha das Palmas, um pedaço rochoso inabitado a um quilômetro e meio da Praia de Grumari — uma parte pouco movimentada do litoral da Zona Oeste carioca —, mas a três quilômetros do ponto onde o jardineiro caiu.

Até berrar por socorro aos surfistas, Nelson enfrentou, durante a semana, dores, sede e fome.

Em entrevista à TV Globo, Ribeiro relata ter sentido muito frio e muita sede, mas conta ter sobrevivido ao isolamento comendo dois limões, um pedaço de carvão e bebendo água salgada misturada com doce.

“A primeira noite eu passei nas pedras. Muito frio e sem água. Na hora que caiu uma chuvinha, eu peguei as gotinhas de chuva com a mão para molhar a boca. Eu estava com muita sede. A noite passou tão rápido que eu nem acreditei”, relembra o jardineiro.

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Ao amanhecer, Ribeiro decidiu explorar a ilha em busca de água e comida e encontrou uma barraca improvisada, provavelmente usada por pescadores da região, com um colchonete e um cobertor, além de dois limões cortados.

Em seu segundo dia de isolamento, bateu o desespero e o jardineiro tentou nadar até a praia, mas não conseguiu. “A correnteza foi me puxando de volta para ilha […] Pensei que eu ia morrer ali. Achei que os pescadores iriam me encontrar morto na cama deles”, conta Ribeiro.

A fome era tanta que o jardineiro conta ter comido um pedaço de carvão. Mas, segundo ele, a ideia não foi boa. “Ressecou ainda mais a minha boca.”

Ribeiro fez uma bandeira para tentar chamar a atenção dos barcos que passavam, mas a salvação só chegou no sábado. “Vi um jet ski vindo lá embaixo. Peguei a camisa e comecei a acenar.”

Com ferimentos nas mãos, nas pernas e nas costas, Ribeiro foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros de helicóptero e levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, onde recebeu atendimento médico.

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