Passo a passo, os italianos recuperam a liberdade de que foram privados durante os dois meses de confinamento. Nesta semana, um swell encostou na costa do Mediterrâneo e os surfistas conseguiram colocar as suas pranchas no mar novamente.
“Hoje as ondas não estavam incríveis, mas talvez tenha sido uma das experiências mais bonitas da minha vida”, declarou o surfista Piero Capannini à agência de notícias AFP. Sob a luz amena do pôr do sol e um vento que agitava as palmeiras na praia, os fissurados não perderiam esse momento por nada no mundo.
“Uma das sensações mais bonitas foi tocar a areia com os pés, antes mesmo de entrar na água. Foi realmente algo importante. Depois, poder entrar nas ondas me deu a impressão de que era a primeira vez”, acrescentou Capannini, que surfou em Ladispoli, perto de Roma, um dos principais picos do País.
A maioria das praias ainda está fechada na Itália, mas as autoridades podem autorizar a reabertura localmente, como aconteceu em Ladispoli. “É certo que esse tempo não foi fácil para ninguém”, relatou Roberto D’Amico, um dos pouco surfistas profissionais italianos.
Consciente de que o surfe não era uma prioridade no ápice da crise de Covid-19, D’Amico apelou, via redes sociais, que os surfistas respeitem as regras de distanciamento social e lembrou que há possibilidade de um novo fechamento se elas não fossem seguidas.
“O mar é de todos e é certo que você irá surfar, só peço respeito, e não estou falando de localismo, estou falando de distanciamento seguro. Se você vir um pico já lotado, procure outro, vamos espalhar o crowd o máximo possível e evitar aglomerações”, disse D’Amico.
“Inacreditável… Depois de dois meses, é quase impossível descrever a sensação… Quando você vê todas essas pessoas aqui, você se sente em família. É muito bom. Quero continuar surfando sempre, todos os dias, como antes”, acrescentou outro apaixonado pelo surfe, Giorgio Fiorilli.
Fonte AFP