Oceano

Lixo plástico pode quadruplicar

Grupo de Estudos alerta que quantidade de plástico despejado nos oceanos pode quadruplicar até 2040.

Onze milhões de toneladas de plástico são despejados no oceano anualmente.Reprodução
Onze milhões de toneladas de plástico são despejados no oceano anualmente.

Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Breaking the Plastic Wave, atualmente, 11 milhões de toneladas de plástico são despejados nos oceanos, todos os anos, sendo o equivalente a um camião de lixo a cada minuto.

Se as políticas atuais se mantiverem os resíduos sólidos urbanos de plástico poderão quadruplicar até 2040, de acordo com o Grupo de Estudos de Ordenamento do Território (GEOTA).

A organização não-governamental apela para a mudança dos hábitos de consumo e de novas políticas que alterem a economia do plástico.

“Proibir sacos de plástico, apanhar lixo nas praias, reciclar, ou comprar uma garrafa de vidro, apesar de essencial, não será suficiente para conter a poluição dos oceanos. A redução dos resíduos plásticos requer políticas sistêmicas e não ações pontuais. A necessidade de reduzirmos os resíduos plásticos é mais do que importante, é urgente”, alerta João Dias Coelho, presidente do GEOTA.

Os atuais compromissos dos governos e da indústria apenas reduzirão a quantidade de plástico despejado no oceano em 7%, até 2040. O plástico que permanece no oceano, durante centenas de anos, não é biodegradável e a quantidade acumulada, com as atuais políticas, poderá atingir as 600 milhões de toneladas, até 2040, sendo o peso equivalente a mais de 3 milhões de baleias azuis.

Indonésia sofre com grande quantidade de lixo no oceano.

Um país pode implementar a utilização de plástico reciclado, mas se não tiver processo de recolha, sistema de reciclagem e mercado para o material ser reutilizado, não existe qualquer impacto significativo no combate à poluição. “É importante que as entidades governamentais percebam que a conservação da natureza não se faz, somente, com gestos individuais e que recursos que hoje em dia consideramos dados por garantidos, podem acabar num futuro muito próximo. Novas e urgentes políticas devem centrar-se na mudança sistémica da economia do plástico”, acrescenta João Dias Coelho.

O relatório expõe ainda os inúmeros e complexos desafios que impedem o planeta de alcançar a meta de zero plástico até 2050, enumerando uma série de recomendações que incluem a necessidade de mudança na produção e consumo de plástico, a importância de uma economia circular e a urgência na criação de programas de avaliação e monitorização da eficácia das políticas de plásticos no combate à poluição.

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