Samir Murad

Primeira parada, Rio de Janeiro

Samir Murad se aventura com seu cachorro em picos clássicos do Rio de janeiro. Projeto é viajar de carro por todo o litoral brasileiro.

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O corona vírus veio pra ensinar muita coisa pra a gente. No meu caso, me encurralou a questionar tudo que sempre me incomodou na vida. Tomei a decisão de largar o emprego e ver o mundo. Mas, como o mundo está fechado, vou começar vendo todas as ondas que eu sempre quis surfar pela nossa costa.

A saída de São Paulo não foi fácil. Fazer qualquer mudança já é uma missão. Agora, se mudar no dia que vai começar uma viagem de meses dentro do carro, é foda. No checklist da vida tinha “carro na revisão, cachorro no veterinário, içar um sofá pela janela, embalar tudo, colocar tudo no carro…

P… esqueci o tripé! Onde está a lente da câmera? Eu tinha que ter saído mais cedo! Estas eram algumas das frases que vinham na minha cabeça, e imagina quantos coisas ficaram para trás.

Foi mais uma lição de desapego: o que eu realmente preciso para me virar? As perguntas sempre aparecem e as respostas vem no tempo de Deus. Com certeza, minha mãe achou que era pouco. Apareceu em casa com cinco pacotes de macarrão, massa pra panqueca, cebola desidratada. Cebola desidratada?

Primeira parada é o Rio de Janeiro, mais ou menos quatro horas de viagem. “Já sei, vou ligar pro Marcos Sifu, durmo lá hoje e amanhã parto cedinho pra Saquarema”, eram meus panos.

Corta a cena, sete dias depois e eu ainda estou aqui. Essa cidade engole a gente, sempre tem alguém para visitar, uma onda que nunca quebra, um treino com aquele monstro do jiu-jitsu, uma gatinha pra encontrar.

Primeiro dia de viagem e altas ondas na Barra da Tijuca, aquele dia perfeito. Sol, água azul, um metro perfeitinho. Direita. Esquerda. Tubo. Manobra.
Não tinha como sair da agua!

E o cachorro lá, brincando na areia, solto, me esperando sentado. “Opa, cadê esse bicho? Meu deus, não está na barraca. Volta aqui cara, na rua não pode”, eu dizia. Em São Paulo nunca levava ele na praia porque é proibido, algo que eu nunca consegui entender.

Como ele ainda não está acostumado a ficar na praia sozinho, deixo ele preso na barraquinha com um potinho de água enquanto eu surfo. As quedas não podem passar de 40 minutos. Mas, está tudo bem, tudo ótimo!

Depois do surfe, vou tomar uma gelada, comer bem e trocar sorrisos, histórias. O surfe é foda, quantas conexões de uma vida em um dia. Talvez seja melhor assim, conhecer o melhor de todo mundo, só nos momentos bons, felizes, vivendo o presente.

Me lembro quando conheci o Sifu no México há alguns anos. Eu cheguei lá sozinho e a galera toda se conhecia. Leva uns dias pra ser aceito, mas deu tudo certo e pegamos altas ondas em Zicatela, Barra Chipehua.

Tomando uma corona no Dragon, o Sifu me falou uma parada que mexeu comigo. “Eu estou tentando me tornar o homem dos meus sonhos”. Eu tinha 20 e poucos anos, e aquilo foi forte.

Sempre estive insatisfeito com o rumo da minha vida, onde eu morava, como consumia o único ativo que eu tenho na terra, o tempo. Acho que o homem dos meus sonhos está orgulhoso de mim, de ter aberto mão do certo e mergulhar no universo de possibilidades que podem existir.

A cada dia, chego um pouco mais perto dele. Uns metros de tubo a mais e muita história pra viver.

Tive uns problemas com a bateria do carro, coloquei uma geladeira que acabou com ela. Por um lado foi bom, porque a bateria já estava velha e isso acelerou, melhor dar ruim no Rio do que no meio do nada.

Por outro foi péssimo, 600 mangos a menos na conta. Fiquei mais uns dias no Sifu junto com o Blanquito. Luiz Blanco, mestre, um artista de verdade. Suas fotos de surfe transcendem o esporte.

Trocamos muitas ideias e muitos ensinamentos. Engraçado como as vezes nos vemos de uma maneira muito diferente que os outros. Só nós mesmos podemos sair de onde não queremos estar, e tudo começa na mente.

Me entender para poder entender o outro, acho que esse é o caminho. Resolvi passar umas noites na casa do Gabriel Sodré. Tube rider brabo, um dos melhores que ja vi. Faixa preta, casca grossa.

Quando eu o conheci, também no México, foi difícil. Claro né, um playboy paulista, que ninguém conhece, tem que se dedicar para ser levado a sério. O cara é “poucas”. Sangue nos olhos, mas com um coração gigante.

Demos um treino juntos, “agora é a hora que eu ganho respeito”, pensei. Ali, eu vi como é formada a alma de um campeão. Saímos na mão forte e no fim do treino, um sorrisão aberto. Aquela sensação que só quem treina jiu-jitsu sabe.

Resenha braba no tatame com o mestre Wilcox, outro cara nota mil. A mentalidade de faixa branca me leva pra onde eu quiser. Sempre aprendendo, aberto, quebrando os meus próprios conceitos todo dia. Escutar, analisar e por em pratica. Ou não.

Às vezes, a gente ouve muita merda por ai, mas aprender com o erro do outro é uma dádiva.

O mar baixou e estava ruim de surfe por uns dias, mas no Rio de Janeiro sempre tem o que fazer. “Porra, queria voar o drone no pôr do sol, mas esse tempo está foda”. F… Vou para a praia de qualquer jeito, sentar ali e deixar o cachorro brincar.

Andando pelo calçadão do Leblon passa ao meu lado Alceu Valença. O primo da minha avó, a minha herança musical. O trunfo que eu uso pra impressionar a gatinha no lual. Mas, será que é ele? O cabelo era igual. Aquele oclinhos inconfundível . As mãos enfiadas no bolso de traz. É muito estilo pra uma pessoa normal.

Ele olhou para mim e eu vidrado olhando para ele. Um segundo de olho no olho. Passando na minha frente. Será que ele me reconheceu? Toda hora deve ter um louco olhando pra ele com cara de trouxa.

Ele passou. “Vira para me olhar”, torci. Mas não virou, e assim tivemos nosso momento.
Passando na rua, ele com alguma coisa na cabeça e eu em choque de ter perdido a oportunidade que o universo me deu.

Tudo bem. Nada perdido. A gente se conheceu ali, naquele segundo. Na profundeza dos nossos olhos. Acho que minha avó estava ali também. Quer dizer, claro que ela estava ali, ela sempre está.

Deu um jeito de me mostrar que está do meu lado, me protegendo e me guiando. Momentos assim não me deixam esquecer que isso aqui é só uma passagem, breve como um piscar de olhos.

Os pequenos milagres do dia a dia me fazem parar de correr atrás do rabo, de aceitação, de dinheiro, de curtidas. A palavra já diz, curtição, curtir a ação. Me norteio pela poesia de parachoque “A vida é curta, então curta”. Seja lá como, onde e quando, mas eu vou curtir.

Itacoatiara

Tinha um swell apontando e eu decidi ver a lendária onda de Itacoatiara de perto.
Também, não dava mais para ficar no Rio. Precisava sair daquela cidade, senão minha viagem só acabaria ano que vem.

Junta as coisas. Todas as muitas coisas. Sobe escada, põe no carro. “Pronto, está tudo aqui, espero que esteja”. A Ponte Rio-Niterói já não teve transito? Acho que não.
Cheguei umas 8 da noite. Que pico massa. Vilinha que respira surfe. Calma, tranquila e com todos os números das casas trocados.

“Bom, esse motoboy deve saber. Sabe nada, como que vai saber”, eu me questionava. O telefone da senhora que ia me hospedar não atendia. “Qualquer coisa a gente dorme aqui, Kauai”.

Ele já me olhou com aquela cara. Atendeu, dormimos. Acordamos zero hora para o surfe.
“Tem as bombas, dá para ouvir. Bora”.

Mas, sempre tempo pra um papo com um casal bem simpático que estava hospedado na casinha. Quando o assunto começou a rondar os ares de Lula e Bolsonaro, eu fingi demência e saí correndo. Não dá mais, quer dizer, nunca deu.

Praia lotada e todo mundo me olhando. Não por causa do surfe, por causa do Kauai mesmo. O bicho fica louco na praia. Joga areia em todo mundo, corre igual a um queniano no sprint final e cava a praia inteira tentando chegar na China. Depois de algum tempo, prendi o bicho no guarda-sol, deixei água no potinho do lado e fui surfar!

“P…, mas está grande, não tenho prancha para isso. Resolvi encarar mesmo assim. Esperei passar a série e remei igual maluco. Uma ou duas ondas depois já estava confortável.

Só não dava para pegar a boa, porque sabe como é né, nem em Maresias eu pego, não vai ser no primeiro dia em Itacoatiara que eu vou pegar. Mas, estava irado. As intermediarias eram animais, água azul, sol, vento fraco e aqueles tubos de corrente cheio de areia.

Corta a cena.

Guarda-sol voando. “Mas o cachorro estava preso nele”, pensei. Não estava, eu já tinha soltado o demônio da Tazmania na praia de novo. O maral estava comendo solto. Não tinha mais surfe. Era a hora de rangar, tomar uma gelada e cama.

Amanheceu e o Kauai já foi caçar o gato da dona da casinha que eu tava. Que que acontece com gato e cachorro? Não dá pra entender, os bichos ficam loucos. Para ajudar tinha um macaquinho na árvore. Tive que dar comida pra ele se distrair.

Mais um dia de tubo na areia e eu não pegando a boa. Dessa vez foi pior, fui rabeado duas vezes e a que sobrou pra mim eu escorreguei. Algumas parafinas são uma merda.

Depois do surfe a saga das malas. Quando você acha que não pode piorar, um vidro de azeite quebra dentro do cooler de comida. Lava e limpa tudo. Uma hora depois, começa a saga de levantar acampamento. “Vamos cachorro, agora você vai virar homem de verdade, vamos para Saquarema”.

Saquarema

Liguei o carro e o Waze estava marcando uma hora e meia de viagem, tranquilo. Vou ouvindo uns tutoriais do YouTube. Geração miojo, né? Hoje em dia você fica pró em qualquer coisa com cinco minutos. Foda, estamos inibindo a criação de gênios.

Pode ser que tenha um ou outro a moda antiga por ai, mas o processo é de extinção mesmo. Como vai nascer um novo Jimmy Page se ninguém fica com o som ligado e tirando tudo de ouvido mais? Por outro lado, é cada vez mais fácil de disseminar conhecimento.

Meia hora de conhecimento sobre câmeras e chego a Saquarema. Quinta-feira, cidade movimentada e um centro relativamente grande. Olhei para os lados e pensei, “onde será que estou me metendo”.

Bate aquele medo de segundos e depois passa. Cheguei na casa do Evereste, sim esse é o nome dele, homenagem ao médico que fez seu parto. Aqueles coroas essência do surfe.

Dedicou a vida ao esporte e mostra com orgulho as fotos do Havaí na década de 80.
O bicho botava para baixo nas bombas. As histórias eram infinitas, o tempo todo. Ele gosta de falar, para não ser indelicado.

Um dia colou um mudo lá para falar com ele. Eles ficaram quatro horas conversando. O mais bizarro é que o mudo falava mais que ele. Mudinho é uma lenda do surfe, mestre na arte de shapear long. Como muitos, desvalorizado. Não damos mais atenção aos poucos mestres que ainda existem.

Montei o acampamento e meti o pé para o point. Quando cheguei na praia vi um visual que não tinha visto ainda. Fim de tarde, pinheiros, uma neblina baixa e o sol baixando atrás da Igreja de Itaúna. A cidade respira surfe, é foda.

O mar ia subir no dia seguinte, e quando sobe aqui, a cobra fuma. Acordei cedo e o vento estava comendo. Demos um role nas dunas e na lagoa vermelha. Pico alucinante, chamam de mar morto pela quantidade de sal na água.

Fomos atrás do final de tarde com o mestre das bombas, Marcos Monteiro. Ele me perguntou onde estava minha prancha e eu falei que estava na caçamba. Ele olhou, e falou “Ahhh 5’11 né. Surfa de bodyboard logo”. Já vi que a parada ia tremer.

Estava tudo passado e fomos para Backdoor, uma onda difícil, tem um slab alucinante no começo e depois corre uma parede para o meio da praia.

O mar não estava bom, tinha muito vento. Ele caiu e eu ia filmar. É tanta coisa para tirar do carro, por na mala, que sempre passa algo despercebido. Perdi o momento, mas no dia seguinte ia ter. Previsão estava para a Barrinha, onda internacional.

Cinco da manhã, coloco água pra ferver. Evereste aparece já contando suas histórias. “Phill Rajzman vai passar aqui para pegar uma prancha que o Mudinho fez pra ele”. Phill passou lá e o Kauai fez participação especial no canal do YouTube dele.

Quando fui para a praia, encontrei o Rafa e o Gui de Cabo Frio, irmãos que conheci no Luisfer, no Peru, em 2012. Reencontramos no México em 2017 e conectamos aqui de novo.

O mar estava grande e ruim. O terral que estava marcado não entrou.
Quem entrou foram os locais cascas grossas de prancha grande e o João Chumbinho de pranchinha. O moleque é bizarro.

Decidimos subir para Arraial do Cabo. Arrumei as paradas e me despedi do Evereste.
Mais uma despedida que senti que estava deixando minha casa pra trás.

Arraial / Cabo frio

“Praia Grande é Cabo Frio ou Arraial?” Sei lá, tudo a mesma coisa pra mim. Quando cheguei vi de longe um mar clássico. Altas ondas, sol, terral fumando. A onda é um point de esquerda nas pedras, parecia Pavones. E o crowd parecia Pipeline.

Mil pessoas, uma em cima da outra, dando mais volta que o Senna na Fórmula 1 em 92. Fui parar meu carro e já fui abordado por um maninho na rua. Quando eu tirei as coisas do carro ele gritou:

“Aí, vai passa o dia na praia né? Está com tudo do cachorro aí”. Praticamente me avisou que ia me roubar. Não dá para entender, porque todo mundo que vê paulista acha que é otário?

Bom, melhor assim. Dei meia volta e fui procurar um estacionamento. Achei um lá em cima do morro e fui para água. Peguei umas, mas de novo não a boa. Tem que entender, eles mesmo ali se dão voltinha, rabeiam e brigam.

Sei lá, surfe pra mim é outra coisa, outra energia, mas cada um cada um. Dois ali se estranharam, um coroa e um moleque. O coroa disse que o moleque não era de lá e o moleque disse que o coroa era um moleque. Moleque não, “garotão”.

No dia seguinte, o mar ainda estava bufando e tentamos achar uma vala no meio da Praia Grande. Até achamos, mas de fora estava melhor do que de dentro. A Região dos Lagos me deixou com essa impressão, sempre parece melhor de fora.

No dia seguinte a gente foi para Monte Alto, tinha acertado um pouco e deu altas.
Uma vala que vem comendo lá de fora e depois fica manobrável, estava animal. Triste é ver como a região está perigosa. Um paraíso, água cor do caribe, altas ondas, e a praia está sendo chamada de Faixa de Gaza. Tem até barricada para atrapalhar a invasão da policia.

Queria dar um role nas dunas da Praia do Foguete em Cabo Frio, e falaram que lá é área de desova de corpo. Ainda bem que estou protegido por Deus. Fiquei na casa do Tapin, brother que conheci no Rio há um tempão. Ele viu que eu estava na área e juntamos.

O moleque pegava altas onda, e por algum motivo parou de surfar. Isso ai não entra na minha cabeça. A vibe estava boa demais e fui com ele buscar um casal de amigos em Búzios. O Vitor e a Ariane moram num pequeno sitio onde fazem Agrofloresta, plantando para comer e vender.

Poderiam estar no interior mas decidiram ficar ali por ser perto do surfe. Na manhã seguinte fomos para o Peró. Eu queria conhecer aquela onda, depois que foi explanada na internet. Estava marola, mas dava para ver que a onda é animal. Deve dar altas, sem ninguém e com uma praia maravilhosa.

Búzios

Como ainda não conhecia Búzios resolvi ficar em Geribá uns dias. Conectei com o Davi, filmmaker do Phill para fazermos umas imagens para um projeto que eu estou montando.

Mais uma conexão animal. Me hospedei ao lado dele e da Gabi, sua namorada.
Caímos cedinho em Geribá. O sol nasce atrás do morro, coisa linda. Praia deserta, um paraíso para o Kauai, e agora dava para deixar ele solto.

Ele tem brincado tanto na praia que outro dia ele fez um coco de areia. Três bolinhas de areia despedaçando no chão. Todo mundo se apaixona por esse cachorro, ele é de fato, muito especial.

Quando falei que ia viajar pelo Brasil com ele, todo mundo falou “só com ele?”.
Eu juro que não consigo pensar em uma companhia melhor, sempre na vibe, tranquilo, parceiro, educado e amoroso.

Ter um cachorro é uma responsabilidade muito grande, como um filho. Triste ver algumas pessoas que compram ou pegam para cobrir algum buraco emocional que estejam vivendo e depois não conseguem dar a atenção necessária. Isso acontece com filho também, infelizmente.

No meu caso, eu casei com o Kauai. Desde que entrou na minha vida não saiu do meu lado. Levava ele pro trabalho todo dia, para todo restaurante que eu ia e todas as viagens.

Já levei até num samba, não sei se ele gostou. Só não levava para praia porque São Paulo não permite. Não dá pra entender como o ser humano é tão arrogante e proíbe outro animal de frequentar a natureza.

Engraçado que o guardinha que vai te falar para sair da praia com seu cachorro, não tira o lixo dos porcos que deixam tudo na praia quando vão embora.

Eu não peguei as ondas que gostaria em Búzios, mas deu para ver o potencial e a vibe do lugar. Astral demais e com muito lugar pra ser explorado.

Desde que comecei a viagem venho sonhando em pegar um swell bom para Regência.
Mesmo não sendo época, apontou um swell no radar e fiquei de olho, “se entrar mesmo eu meto o pé”.

Colamos na Rua das Pedras a noite para tomar umas e decidi tocar no meio da rua. Assisti a um seminário online sobre biohacking. Um termo novo que tem sido utilizado para várias ações ou intervenções que você faz na sua própria natureza, quase como se tivesse hackeando a sua vida.

Um dos experimentos era se colocar por 30 dias em situações que você acredita que seria rejeitado. Isso me faria me acostumar com o sentimento de rejeição e, em teoria, elevaria a minha confiança.

Tocar na rua foi meu último desafio. Pedi para tirar foto com pessoas aleatórias na rua.
Fiz um café na máquina de expresso de um restaurante.

Cheguei a pedir para o fotógrafo do Chumbinho, que eu tinha acabado de conhecer, para me emprestar o adaptador da lente da câmera dele.

Nunca tinha tocado assim, ainda mais sozinho. Ganhei oito reais! Mas, muito mais que isso, aprendi que muitas vezes basta pedir, o ser humano é melhor do que a gente imagina.

Depois dessa noite de emoção, decidi seguir o swell e ir pra Regência num tiro só, parece que esse vai ser bom e com pouca gente.

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