Escola pública de surfe

Aniversário de 30 anos

Primeira escola pública de surfe completa 30 anos com festa em Santos (SP).

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Projeto tem mais de 400 matriculados.

“Você só precisa de uma onda pra ser feliz uma vida inteira”, diz o surfista veterano e coordenador da primeira escola pública de surfe do Brasil, Francisco Araña, o Cisco, antes de dar o comando para que seus alunos caíssem na água. A praia em frente ao Posto 2 ganhou um colorido diferente na última sexta-feira (25) com os tons variados das dezenas de pranchas que se reuniram para homenagear os 30 anos do projeto.

O mar gelado do inverno parecia não incomodar as dezenas de crianças, jovens e idosos. Depois de se reunirem em um círculo para ouvir as palavras emocionadas do Cisco, o treino de surfe garantiu a festa. Usando máscara e mantendo o distanciamento, os alunos comemoraram mais um ano do trabalho que vem transformando vidas há três décadas.

O Prefeito Rogério Santos destacou a importância social da Escola Radical. “A escola de surfe, no início, talvez tivesse o objetivo de formar grandes campeões, mas a vida é como o mar, é como a onda, e leva a gente não necessariamente para onde programamos, mas para onde a maré vai. E assim a escola acabou se transformando em um programa de iniciação no surfe para todas as idades, inclusive para os maiores de 60 anos, e se transformou em uma referência no Brasil e exterior, realizando um trabalho fantástico”, diz.

Intenção do projeto é mudar vidas.

O projeto da Prefeitura tem atualmente mais de 400 matriculados e, apesar de ser um dos mais antigos em atividade, continua atraindo público de todas as idades. “O meu sentimento é de realização e gratidão. A nossa missão segue sendo passar para as pessoas que é possível ser feliz gratuitamente através do surfe”, emociona-se o surfista veterano, Cisco Araña.

De acordo com o secretário de Esportes, Gelásio Ayres Fernandes Jr, o maior legado da escola são as vidas transformadas. “São tantas histórias de superação, de como a vida das pessoas mudou para melhor através do esporte, do surfe, que nos emocionam e motivam. Sempre ouvi que o sucesso é um esporte coletivo e nós temos aqui na Escola Radical a prova disso. Esse é um projeto vitorioso, porque é resultado da parceria e comprometimento de um grande time”, reforça.

Veteranos

Aluna da turma 50+, Rosângela Chao, 58 anos, contou que chegou à escola através da filha, e que foi amor à primeira vista. “Eu me encantei, mas pensei que aquilo não era para mim. Foi quando conheci o Cisco e ele disse que o surfe era pra todos, que eu era capaz e me colocou de pé em uma prancha. O surfe é maravilhoso, mas aqui a gente aprende qualidade de vida. Aqui aprendemos que as tristezas a gente deixa no mar e ele te devolve em muita energia”.

Escola atende alunos de todas as idades.

Para um dos surfistas veteranos, integrante da União Natural Clube Surf, Fernando Amarelo, o trabalho realizado pela Escola Radical é pioneiro e não tem preço. “Eu sou das antigas, da época em que o surfe era reprimido e marginalizado, mas essa escola pública de surfe, que é a primeira do Brasil e eu acredito que seja também a primeira gratuita no mundo, veio quebrar esse estigma. Isso levantou o surfe e uniu pessoas com deficiências, crianças e idosos através da prática do esporte; é um trabalho sensacional”.

A comemoração contou com a presença da vereadora Telma de Souza, prefeita de Santos quando a escola foi criada, e da vereadora Audrey Kleys, responsável pela destinação de emenda parlamentar ao projeto.