“O Projeto Ondas foi uma porta que Deus abriu para meu filho”. É assim que Maria da Conceição Silva, de 37 anos, define a Organização da Sociedade Civil (OSC) do bicampeão brasileiro de surfe, Jojó de Olivença. O filho Pedro Felipe mudou a forma de encarar o mundo, a partir do esporte que é celebrado internacionalmente todo terceiro sábado do mês de junho.
O Dia Internacional do Surfe foi instituído em 2004 pela ONG europeia Surfrider Foundation e pela extinta revista norte-americana Surfing para promover o esporte aquático mais popular do planeta. Esporte este que ajudou Pedro a se desenvolver. O menino, que antes tinha dificuldades em se comunicar com os outros, hoje se vê motivado e sonha em se profissionalizar.
“Antes ele se isolava, ficava só no quarto e hoje é uma criança alegre, conversa muito e tudo isso foi por causa do projeto. Ele era hiperativo, um pouco bruto, não queria saber da gente, e hoje é outra criança. Diz que vai ser um surfista profissional, pegar várias ondas e dar um futuro melhor para mim”, conta a mãe, emocionada.
O bicampeão brasileiro de surfe Jojó de Olivença fundou no inverno de 2007 o Projeto Ondas buscando contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade socioeconômica em Guarujá, despertando a consciência cidadã e promovendo a inclusão social por meio da prática esportiva.
“E hoje, com mais de 15 anos de existência, podemos ver os frutos que esse trabalho já produziu na sociedade. É uma alegria muito grande e uma força catalisadora ver como o surfe tem transformado a vida de centenas de crianças e seus familiares aqui no município de Guarujá. Temos a certeza que o surfe, sendo utilizado de uma forma lúdica, é uma poderosa ferramenta de transformação. Estamos muito contentes e satisfeitos com tudo isso”, diz o idealizador do projeto.
Assim como ajudou a mudar a vida de Maria Conceição e Pedro Felipe, o projeto também contribuiu no desenvolvimento da aluna Ana, de 13 anos, que está há seis na OSC. Ela conta que lá se sente em casa e é muito grata a todos os ensinamentos passados pelos professores e coordenadores.
“Gosto de surfar mas gosto mais ainda da pedagogia do Projeto Ondas. Quando entrei, não sabia ler nem escrever e aprendi isso tudo aqui. Eu era uma menina muito teimosa, que não escutava ninguém, mas através do surfe me transformei em uma pessoa mais calma. Aprendi a respeitar as pessoas e dividir o que tenho”, diz Ana.