A expedição Anamauê tem início nesta quarta-feira (27) em Niterói (RJ) com seis atletas a bordo de uma canoa polinésia em direção a Santos (SP). A expedição tem previsão de término no dia 8 de janeiro com 12 dias de duração e cerca de 430 quilômetros percorridos, um recorde nacional.
Os remadores largam em torno das 4 horas da madrugada da praia de Icaraí, na base do Icarahy Canoa Clube, em uma canoa polinésia modelo V6 para seis lugares. Os remadores baterão o recorde nacional na modalidade em distância, número de dias e não contarão com barco de apoio.
Eles levarão a própria subsistência como água, barra de cereais, suplementos alimentares entre outros. A canoa polinésia é similar à canoa havaiana apenas com uma diferenciação no formato no estilo cockpit, mais arredondado.
Para essa façanha estarão na embarcação o santista José Paulo, que lidera o Clube Caiçara de Santos (SP), Douglas Moura, fundador do Icarahy Canoa Clube e Lucas Mion, líder do Ubatuba Hoe. Se juntam os remadores Francisco Viniegreróia, do clube de Praia Vermelha, do Rio de Janeiro, Ubajara Iakowsky, de São Paulo, e o santista Caio Guerra, todos com grande experiência em provas de longas distâncias e travessias. Os remadores planejaram o trajeto há quatro meses.
A primeira parte do trajeto é bem desafiadora, com 120 km a serem percorridos em dois dias passando pela orla de Niterói e todo o Rio de Janeiro até Ilha Grande, em Angra dos Reis, na praia de Palmas. O terceiro dia permanece na Ilha Grande com previsão de chegada na praia do Aventureiro com mais 35 km remados.
Douglas, que em setembro percorreu mais de 160 km entre Conceição de Jacareí e Ubatuba em canoas individuais, destaca: “As previsões mostram os dois primeiros dias com tempo bom e mar em boas condições. Condições ideais para os primeiros dias aqui na orla do Rio de Janeiro, principalmente na região da Barra da Tijuca e Recreio que é desafiadora onde o mar costuma ser maior e mais mexido. Serão dias desgastantes pois remaremos o maior trecho, 60km cada dia. No segundo dia a previsão é passar pela Marambaia onde o visual não muda e é uma linha reta, o que e massante e um desafio para a parte mental, mas estamos preparados”.
“Quando decidimos, no inicio não passava de um sonho, que foi se materializando com o convite a nossos grandes irmãos e feras Chico, Ubajara e Caio. Nosso planejamento inicial era ir até Ubatuba, mas nos perguntamos porque não até Santos. Então abrangeríamos nossas três bases, Rio, Ubatuba e Santos com remadores experientes de cada uma delas e desde então, Santos passou a ser nosso destino ”, diz Douglas contando mais detalhes sobre o motivo da busca pelo recorde.
“A história desse trecho de navegação é extensa, são os dois maiores portos de cabotagem do Brasil, e alguns dos nossos ídolos no passado realizaram essa travessia em caiaques oceânicos, ídolos esses como a Simone Duarte, Rodrigo Magalhães e Pedro Ceglia. Eles foram e são a nossa inspiração e temos certeza que estarão conosco em pensamento”, revela José Paulo.
Tanto a canoa havaiana como a polinésia datam de três mil anos atrás para deslocamento dos povos locais pelas ilhas polinésias e hoje são utilizadas tanto para expedições como competições: “A canoa polinésia tinha como principal função na antiguidade descobrir e explorar novas terras ou ilhas quando a que as tribos moravam acabava os recursos. Os guerreiros eram escolhidos e tinham a missão de achar um local seguro e que houvesse esses recursos essenciais para a vida. As grandes expedições são portanto a raiz da canoa polinésia, e cada vez mais temos um movimento no Brasil buscando essa raiz. E a gente vai fazer essa expedição nessa busca, eu, meus amigos e muito mar para cruzarmos”, salienta Lucas Mion.
A equipe da Expedição Anamauê tem o apoio da marca de suplementos Bearco Sports Progenes e ainda busca mais patrocinadores e apoiadores para ajudar nos custos da viagem.