Um ciclone extratropical causou destruição e transtornos à população da Baixada Santista (SP) no último sábado (22). A cidade foi atingida por rajadas de vento de até 108 km/h, que causam estragos como a queda de árvores e a paralisação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Em Santos, foram registradas quedas de árvores em mais de dez ruas. Trechos da cidade precisaram ser interditados e fiações elétricas foram atingidas em dois endereços, onde equipes dos bombeiros e da CPFL atuaram para desligar a rede de energia e fazer os reparos. Na avenida Epitácio Pessoa, um portão foi arrancado pela força dos ventos.
Escutado pelo portal G1, o climatologista Rodolfo Bonafim explicou que o ciclone extratropical é formado por uma conjunção de instabilidades. “Essa fúria toda com que o vento chegou aqui na Baixada foi na verdade uma ação conjunta, ou seja, ventos desses ciclones, mais um pacote completo de instabilidades juntas. Também veio uma outra área de baixa pressão pelo interior do continente. Essas duas baixas acabaram se juntando uma com a outra e causaram toda essa ventania”, explica.
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Ainda segundo Bonafim, a força do vento indica quase um furacão. “Só para se ter uma ideia, a velocidade mínima de um furação é de 117 km/h. Lógico, aqui não foi um furacão porque o furacão é um tipo de ciclone formado em águas quentes, muito difícil de se formar na nossa região. Mas, mesmo assim, pela força e duração das rajadas na Baixada, foi o suficiente para causar muitos estragos”, informa o especialista.
A Defesa Civil emitiu alerta, na noite deste sábado (22), para ventos fortes que podem alcançar de 50 a 80 km/h em todo o litoral de São Paulo até segunda-feira (24). O órgão orienta que, durante o temporal, a população não mexa com cabos de rede elétrica caídos; não se abrigue embaixo de árvores ou coberturas metálicas frágeis e não pratique esportes aquáticos ou influenciados pelo vento, como surfe, windsurf, kitesurf.
Estragos
Em São Vicente, árvores caíram e uma delas atingiu o muro de uma escola. Uma fiação que abastece o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), na avenida Mascarenhas de Moraes, foi atingida e o transporte foi paralisado.
A Secretaria de Trânsito e Transportes interditou a avenida Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, a partir da rua Marechal Mascarenhas de Moraes, para a operação de remoção das árvores. O fornecimento de energia na região foi interrompido. A BR Mobilidade disponibilizou um plano emergencial de atendimento aos usuários com ônibus que funcionaram no trecho afetado.
A ventania também causou destelhamento no Conjunto Habitacional Penedo, atingindo dois blocos. Alguns apartamentos tiveram vidros, janelas e portas danificados e, no estacionamento do condomínio, alguns carros também foram atingidos, mas não houve registro de vítimas. O Fórum de São Vicente também sofreu danos com as rajadas de vento, com queda parcial das calhas do edifício.
Já a Defesa Civil de Guarujá informou que as rajadas de vento na cidade variaram de 72 a 110 km/h e foram registradas duas ocorrências: a queda de uma árvore na Avenida General Rondon, nas Astúrias, e também de parte do beiral da sacada de uma residência na Rua Onofre Ferreira do Nascimento, na Enseada.
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Fonte G1