Evolução não tem idade

O ano de 2020 vai chegando ao fim e o Waves preparou uma retrospectiva com alguns dos vídeos mais marcantes da temporada:

Quando era moleque, achava que com 30 anos seria velho. Vi muitos surfistas encerrando carreiras com essa idade – ou até menos – e se achando velhos para o esporte. Levei minha carreira de competidor até um pouco mais longe, mas lá pelos 30 e poucos comecei a desanimar dos campeonatos. Estava trabalhando muito na minha fábrica de pranchas, a Powerlight, e já não tinha muito tempo para treinar.

Muitos anos se passaram e a Powerlight cresceu. Com muito mais estrutura, consegui ter mais tempo para voltar a surfar e trabalhar como coach. Passei a treinar com meus alunos e também voltei a evoluir mesmo depois dos 40 anos. Percebi que estava surfando melhor do que aos 30.

Nesse meio tempo, também comecei a andar mais de skate e usar mais essa modalidade no treinamento da molecada. Como consequência, comecei a dar mais aéreos do que quando era jovem.

Outra coisa que fez diferença na minha vida é que passei a me dedicar mais às viagens internacionais, especialmente para a Indonésia. Assim, também evolui nos tubos. Os que pegava abaixado comecei a pegar de pé, com a cabeça erguida. Com certeza, muitos amigos também me deram dicas importantes e o trabalho de vídeo-análise ajudou muito na evolução.

@juan_medina_jcm

Por fim, em 2019 resolvi voltar às competições para valer por causa do The Legends, o Circuito Brasileiro Profissional Master. O evento contou com premiação em dinheiro e os melhores surfistas da minha geração.

Senti que estava bem preparado e é sempre uma honra competir ao lado de surfistas do calibre de Jojó de Olivença, Fábio Gouveia, Roni Ronaldo, Piu Pereira, entre tantos outros da minha categoria. Me consagrei campeão, virei um melhor tube rider e estou dando aéreos mais altos aos 46 anos.

Esse ano, em decorrência da pandemia, desenvolvi um sistema de treinamento fora da água e a distância, que chamei de #metodogugaarruda. Estou com mais de 100 alunos treinando e evoluindo – e a maioria deles tem mais de 40 anos.

Para muitos, a vida no surfe começa aos 40 anos. Para mim começou mais cedo, mas posso dizer que aos 40 é mais brilhante. Quem tiver interesse neste método é só me chamar pelo perfil @gugaarrudadesign no Instagram. Garanto que a evolução não tem idade.

See more

Matéria originalmente publicada em 14 de julho de 2020.