Com 12 anos vi um clipe do Saca na “Cave” e desde então sou vidrado pela onda e sonho enfrentá-la. Afinal, está entre as 5 ondas mais perigosas do mundo e é considerada a mais perigosa da Europa.
Desejava fazer aquele tubo perfeito e vencer a sensação de perigo, sabendo que tudo tem de estar perfeitamente alinhado ou os seus famosos bafos poderiam me mandar contra a pedra.
No dia 8 de fevereiro, o swell estava perfeito em toda a costa portuguesa. Recebi o call do meu cameraman @VanLife_productions me dizendo que a Cave estaria clássica. O dia tinha chegado!
E preparei-me para a Cave.
Quando chegamos o mar estava lindo, com o terral perfeito, vinham séries de três metros.
A maré estava muito vazia e foi logo possível perceber o quão perigosa é a onda: na zona do drop e do tubo quase não havia água, o que redobrava o risco de me esborrachar.
Desci as escadas com aquele “frisson” na boca do estômago de quem vai enfrentar uma novidade muito desejada mas também arriscada. Afinal a Cave não é para principiantes.
Já lá em baixo olhei atentamente para a onda e vi formar-se o tubo quadrado. Foi então que percebi que a margem de erro era quase nula e que não podia cair no drop ou me machucaria seriamente.
A entrada foi bastante difícil, vinham séries que fechavam toda a baía. Mas logo que deu uma acalmada eu entrei na água fui invadido por uma sensação de tranquilidade, de plenitude e de conexão.
Remei em direção à Cave e depois não sei se fui eu que surfei a Cave ou se foi a Cave que me surfou (risos). O que é certo é que foi incrível e que fiquei com a certeza de que quero fazer isto para o resto da minha vida.