Em “Solo Gracias” busquei retratar o que vivi, do pior ao melhor momento, durante os quase três meses que passei me desafiando em Puerto Escondido, México.
Foi minha sétima temporada, então eu sabia exatamente o que buscava, que era um tubão na direita de Carmelitas.
Logo no primeiro mês quase completei o que seria a onda da minha vida e, segundo o que alguns falaram, também seria um dos tubos da temporada. Foi por pouco, mas serviu pra me dar confiança, mais moral no pico e receber muitos feedbacks positivos.
Uma semana depois machuquei o joelho tentando entubar numa esquerda. A partir daí foquei 100% em minha recuperação, reforçando a musculatura do joelho todos os dias, já que não era uma contusão grave.
Mesmo sabendo que eu poderia me machucar feio, uma semana depois já estava de volta ao mar, usando uma joelheira para amenizar o risco de uma lesão mais grave.
Lembro quando pintou o swell “Red Code” lá no Tahiti, era final de Julho, e todos já ficaram ouriçados na praia, pois ele respingaria em Zicatela.
No primeiro dia não tive sorte. Até peguei uma onda em uma boa posição, mas um bodyboarder me rabeou e acabou com minha chance de tubo. Voltei pro pico e, pra fechar minha session, tomei uma guilhotinada punk em uma esquerda fechadeira.
Como persistência é a chave em Puerto, depois de tanto tentar, no segundo dia do “Red Code”, depois de quase “abandonar o barco” e ir para Barra de La Cruz – já que o swell estava meio torto, surfei a onda que almejava e tinha ido buscar. Uma direita cascuda com um drop muito difícil, mas que fiz bem, ajustando a linha no tubo e saindo após a baforada. Ali eu sabia que tinha concluído minha missão.
Como forma de agradecimento por tudo que vivi e superei em mais esta investida por lá, editei este clip com as melhores imagens que produzi, da vaca ao tubão. Solo Gracias, Zicatela!
O vídeo foi publicado no canal Pampa Barrels.
