As tempestades são fenômenos gerados na “briga das altas pressões”. Quando o tempo está muito quente e úmido, a Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) empurra o ar para baixo e espalha (divergindo) o calor na superfície.
O centro da ASAS é a região onde a terra recebe mais calor e armazena no Oceano Atlântico. Nas bordas se formam zonas de instabilidade, justamente no contato com outra alta pressão.
No Hemisfério Sul, a alta polar tem relação com o espalhamento (divergência em superfície) do Anticiclone Polar que fica posicionado sobre a Antártica. Deste se desprendem massas de ar polares, frias e secas, na direção do Equador, que vão de encontro com as massas de ar tropicais. Essa briga representa a constante busca pelo equilíbrio térmico do planeta, entre os polos e os trópicos.
O Atlântico Sudoeste é considerado um oceano tempestuoso devido, também, a influência da Cordilheira dos Andes e a zona de Confluência Brasil-Malvinas. A maioria das tempestades ocorrem na região subpolar a 60°S, entre as Ilhas Malvinas e Geórgia e Sanduiche do Sul. No Rio Grande do Sul e Uruguai temos outra zona de geração de tempestades a 30°S, região denominada de subtropical que fica ao norte da região subpolar.
O Rio Grande do Sul apresentou no mês de setembro pelo menos três eventos de tempestades e chuvas torrenciais, intercalados por ciclones subpolares na região das Ilhas Malvinas.
Neste fim de semana, as ondas entram de sudeste ainda sob a influência da zona de geração ciclone extratropical, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Enquanto na região Sul, a entrada da massa de ar polar cria uma condição de céu limpo e frio, com a ondulação de direção leste/sudeste incide nas costas gaúcha e catarinense.
A massa polar substitui o calor da alta subtropical e proporciona um giro anti-horário que determina a direção das ondas. As ondas viram para sudeste/leste e depois leste e nordeste, com o anticiclone subtropical a espera de que uma nova massa de ar polar pare de enfrentá-lo novamente.
Previsão das Ondas
Região Sul: Ondulação de sudeste com componente de leste, virando para leste e depois nordeste. Essa condição deve se manter até terça-feira.
Ondulação com período entre 10 segundos neste sábado e domingo de direção sudeste e 1,5 metro, com séries maiores.
Na segunda e terça a ondulação fica mais de leste e aumenta de tamanho, indicando uma maior intensidade do ciclone subtropical.
Ondas de leste devem chegar a 2,5 metros na terça-feira e período de 11 segundos. Isso favorece os cantos norte das praias da Ferrugem, Rosa, Guarda do Embaú, Canto das Aranhas, Praia Mole e Joaquina em Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, boas na Praia Grande de Torres e na Praia da Guarita. No Paraná, as praias de Guaratuba e da Ilha do Mel são as mais indicadas para um bom surfe.
Região Sudeste: Ondulação de sudeste vai dominar todo o fim de semana, com ondas de 1,5 metro e séries chegando a 2 metros. O período de 9-10 segundos cria uma condição de ondas quebrando rápidas. Os melhores picos devem ser Leme, Arpoador, São Conrado e Prainha, mas teremos ondas boas nos diversos picos espalhados pela Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
No litoral de São Paulo, a ondulação de sudeste fica um pouco menor, com altura significativa de 1,5 metro, com algumas praias alcançando 2 metros, caso da Praia do Félix, em Ubatuba. Será um fim de semana de boas ondas e ventos fracos em todo o litoral paulista.
Na segunda e terça as ondas crescem um pouco mais, principalmente nas praias que recebem bem a ondulação de leste, como Itamambuca, Maresias e Guarujá. No Rio de Janeiro, Arpoador, Joatinga, Barra da Tijuca e Prainha devem ter boas condições todos os dias.
No litoral do Espírito Santo, as ondas de sudeste quebram boas neste fim de semana, com pouca influência do vento e devem ficar melhores no domingo e segunda-feira.
Região Nordeste: Ondas de sudeste boas neste fim de semana, com altura significativa variando de 1,5 a 1 metro e período de 10 segundos. Domingo promete ser o melhor dia, quando o pico da ondulação chega na parte norte do litoral nordestino.
Segunda-feira é prevista uma ondulação limpa com ondas de 1,5 metro e 10-11 segundos de sudeste.
As praias da região de Itacaré, na Bahia, até Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, devem quebrar com boas condições de ondas e ventos mais amenos, o que favorece as bancadas rasas de coral. Bom surfe para o Nordeste do Brasil.
Região Norte: Ondulação de leste domina a região com influência de nordeste. Domingo, está previsto encostar uma ondulação um pouco maior com altura, chegando a 1-15 metro, porém, nada muito especial.
As ondulações grandes vindas de norte estão passando direto para a região do Caribe, o que não favorece muito o surfe na região. A pororoca é que promete ser boa, com uma Lua grande, que deve influenciar a arrebentação nesta sexta, mas principalmente sábado e domingo.