A publicação do artigo A ameaça de El Niño, assinada pelo oceanógrafo Heitor Tozzi na última sexta-feira (14/04), deixou muita gente preocupada com a possibilidade de a etapa brasileira do WSL, marcada para a praia de Itaúna, Saquarema, de 23 de junho a 1 de julho, ser fraca de ondas.
Isso porque estamos vivendo um ciclo de El Niño no Hemisfério Sul e quando isso ocorre os ciclones fortes deixam de acontecer. Segundo o especialista, o El Niño é uma “ameaça velada na geração dos ciclones, ameaça inclusive para a etapa do campeonato mundial no Brasil”.
Não dá para garantir que essa tendência vá se confirmar até a etapa da WSL no Brasil, afirma Tozzi. “Ainda é difícil de afirmar, mas estamos há três anos com a La Niña, e o tal El Niño veio quase que inadvertidamente. As águas quentes acumuladas do lado Oeste do Pacífico “resolveram brotar” no lado leste”, explica.
Depois das ondas grandes provocadas por ciclone no início de abril, a mudança na circulação oceânica e atmosférica provocada por esta bombada de El Niño na costa do Chile e Peru, mudou toda a configuração das tempestades do Atlântico Sul, escreve o autor.
“Agora teremos que esperar mais uns 15 a 30 dias para saber se o El Niño fica definitivamente, e então sabermos o quanto poderá afetar as ondas para a etapa do mundial”, diz Tozzi.
Por outro lado, na Austrália, por incrível que pareça, a situação se inverte, e as ondas que foram ruins e fracas nos anos de La Niña, passam a ter mais força para a etapa da Gold Coast. Isso quer dizer que “poderemos ter uma condição muito favorável para as etapas do QS e CT, com ondas acima de 2 metros no litoral australiano”, finaliza Tozzi.