Meteosat-12 é novo satélite meteorológico lançado ao espaço recentemente. Com quase quatro toneladas fica estacionado 36 mil km acima do Equador, olhando para Europa, Oriente Médio, África e parte do Oceano Atlântico. O Meteosat-12 é o primeiro de uma série de satélites que trarão mais qualidade para a previsão de eventos extremos.
Parte desse avanço virá do aumento da resolução dos dados. Antes uma tempestade tinha que ter pelo menos 1 km de diâmetro para ser detectada pelos satélites da geração anterior. A nova espaçonave rastreará eventos tão pequenos quanto 500m de diâmetro, como o Furacão Catarina.
“Você pode nunca ter ouvido o termo ‘overshooting top’, por exemplo, que é uma parte do desenvolvimento de nuvens de uma tempestade, onde você pode ver correntes ascendentes e descendentes muito fortes. Elas são muito pequenas e mudam rapidamente, por isso também são muito poderosas”, explica Simon King meteorologista da BBC.
“O aumento na resolução será notável. Quando você aumenta o zoom, pode realmente ver a estrutura da nuvem. E não é apenas a nuvem, mas você também poderá ver muito claramente a poeira na atmosfera, que é importante para o desenvolvimento de furacões, por exemplo”, completa King.
A expectativa é que os dados do Meteosat-12 causem uma mudança radical na habilidade de previsão, e nos avisos de condições iminentes e perigosas.
Isso é chamado de “nowcasting” – a capacidade de dizer com maior confiança que ventos violentos, raios, granizo ou fortes chuvas que estão prestes a atingir uma área específica.
Os modelos erram, sim, e isso tem relação com a capacidade de assimilar os dados e produzir resultados em curto espaço de tempo. Depende da capacidade computacional e da qualidade e resolução dos dados fornecidos pelos satélites.
A razão deste texto é apresentar ao leitor a importância de ter dados de melhor resolução espacial. E assim a previsão se torna cada vez melhor e mais confiável.
Previsão das Ondas
O fim de semana vai ser quente no Sudeste e chuvoso nos Sul, ondas pequenas e aquela sensação que Netuno esqueceu de mandar umas bombas.
Teremos ainda ondas médias na faixa de até 1 metro, pois ainda temos uma ondulação vinda das Malvinas chegando na costa, com período de 11 a 12 segundos.
A frente estacionada no Sul não favorece a condição de ventos, oscilando bastante de uma brisa marinha pela manhã, aos ventos mais fortes do período da tarde.
No Sudeste a condição de ondas pequenas com no máximo 1 metro, vai diminuindo até segunda. A previsão é de tempo bom sol e calor até domingo, e muda a partir de segunda com a geração do ciclone. Fato que não há nenhuma tempestade mais vigorosa para gerar uma ondulação maior.
Já no Nordeste, principalmente em Pernambuco e Rio Grande do Norte, a situação será diferente, com a chegada de uma ondulação vinda da África prevista nesta sexta-feira, que permitirá excelentes condições no sábado e domingo, com altura significativa das ondas entre 1 e 1,5 metro. Segunda e terça de baixar para 1 metro.
A costa Norte também vai receber uma nova ondulação vinda de Cabo Verde e Açores a partir desta sexta (mais para o fim de tarde) com ondas de até 1,5 metro e período de 11 a 12 segundos. Principalmente sábado e domingo as ondas devem quebrar desde a costa do Ceará até o Amapá, baixando somente na segunda-feira.
Para as regiões Sul e Sudeste a condição de ondas pequenas termina a partir de segunda, quando um novo ciclone se forma na região do Uruguai segundo a previsão, mais ao Sul do Rio da Prata, embora eu aposte que será na frente do Uruguai.
Assim, na próxima semana teremos finalmente um ciclone extratropical agitando o Atlântico Sul. Este ciclone deve apresentar características de subtropical, pois devido ao calor que fez o Oceano Atlântico Sul permanecer com águas quentes (a tal “warm pool”), favorece a geração de um novo ciclone bomba. Mas ainda é um pouco cedo para tratar dessa previsão, o que veremos na segunda.
Vale lembrar que estes eventos se desenvolvem muito rapidamente a partir do calor que recebem do oceano.
Finalmente galera, este ciclone muda todo o regime de ondas médias e pequenas que vem ocorrendo desde que a condição de El Nino apareceu, para condições de ondas maiores e com mais energia.