Previsão das ondas

Na série de tempestades

Segundo oceanógrafo Heitor Tozzi, final de semana promete ondas que podem ultrapassar os 2 metros. Confira previsão para todo o Brasil.

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Eita! Prever condições clássicas com 2 metros plus é muito bom!

A próxima sexta-feira 12/05 com 14s e 1,5 metro subindo. Essa é condição prevista para Costa Sudeste do Brasil. O plus vai rolar no sábado, nas bancadas de Itacoatiara, São Conrado, Vermelha e Paúba. Pode chegar a 2,5 metros.

Ciclones devem esfriar piscina do Atlântico.

Veremos dois ciclones consecutivos trazidos por uma série de “Rossby Waves”, que devem garantir ondas boas e grandes durante uns dez dias. E também devem dar uma esfriada na piscina quente do Atlântico.

Este primeiro ciclone vai abrir no meio do Atlântico na sexta-feira e a ondulação bate no Rio de Janeiro e São Paulo. À medida em que ele se afasta, vai bombando ondas na direção do continente.

Frente fria chega na quinta-feira.

No Sul uma condição de ressaca na terça e quarta-feira. O ciclone vai rodar ao Sul do Rio da Prata mas, mesmo assim, a maré meteorológica vai bater no Uruguai e Sul do Brasil.

O Rio de Janeiro e o litoral de São Paulo recebem frente fria que chega na quinta-feira. O swell um pouco bagunçado na quinta devido ao vento moderado e a condição de Sudoeste, vai subindo cada dia um pouco, enquanto vira de Sudoeste para Sul.

Vai rodar Sudoeste, Sul e Sudeste. Depois vem outro possivelmente na mesma região do Oceano Atlântico, ainda ao Sul do Rio da Prata. Esta posição das tempestades, pouco ao Sul do Prata, favorecem a dispersão melhor da energia das ondas e ainda tem boa proximidade com o continente Sul-americano.

Ondas grandes e fabricadas um pouco distante da costa brasileira, assim teremos ventos favoráveis para uma semana de ondas clássicas. Com vento local, interferindo mais no período da tarde.

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Ventos podem proporcionar ondas clássicas.

Na sexta-feira teremos condições perfeitas, por conta do período de 14 segundos, com 1,5 metro e leve brisa marinha (cabeça d’água). No sábado pode chegar a 2,0 ou 2,5 m, com 12 segundos, podendo ficar Storm em alguns picos.

Na região Sul também fica bom na sexta, com ondulação virada mais pra sudeste e vento mais fraco.

No Nordeste temos ainda uma ondulação de Sudeste frequente, com 1 metro de altura e período de 10 segundos ainda nesta quarta. Depois baixa pra 0,5 metro até receber nova influência de sul.

Na segunda-feira (15/05), o mar sobe no Sul da Bahia, por conta da entrada da ondulação do Ciclone Extratropical, que chega no domingo ao final de tarde. Período de 12s e 1,5 metro. Esta condição deve se manter até terça-feira, rodando para sudeste e por fim leste na quarta-feira.

No Norte as condições ficam mais fracas, com 0,5 metro e poucos locais com ondas maiores chegando a 1 metro devido influência do vento local, subindo na terça e quarta para 1 metro e maiores na região do Ceará. Período curto na faixa de 8 segundos.

Outro ciclone pode se formar na retaguarda do primeiro.

Na minha análise vejo outro ciclone se formando na retaguarda do primeiro, ainda que os modelos não mostrem. Me arrisco a dizer que podemos ter uma segunda bombada neste ciclone (que pode bombar subtropical), pela simetria entre a frente quente e a frente fria.

O Atlântico Sul está quente e isso favorece a transferência de calor e umidade para a atmosfera, próxima à superfície do mar.

Isso proporcionará dois ciclones fortes nessa série de Rossby, trazendo também um novo regime de ondas. Um pouco mais próximo da costa, e proporcionado ondas com cerca de 2 metros, um metro maiores que as tempestades das semanas anteriores.

Heitor Tozzi
Oceanógrafo e Mestre em Estudos Costeiros, trabalha com morfodinâmica de praias e impacto de tempestades na costa desde 1991, quando fez parte do 1º grupo de Sentinelas do Mar (Watching Waves in Brazil). Como pesquisador já embarcou em navios de Norte a Sul do Brasil, Golfo do México, Angola e Indonésia. Velejador e surfista nas horas vagas, atualmente é pesquisador do doutorado em Meteorologia no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde estuda os processos de Interação Oceano-Atmosfera para geração dos Ciclones.