Depois da chuva vem o calor, depois do calor vem a chuva. Chuva sem parar, vários dias seguidos.
As frentes que estavam restritas ao extremo da América do Sul, se moveram para o sul e estão a caminho do sudeste, e para dar onda temos que ter um ciclone!
Embora tenhamos visto boas ondas na maioria das tempestades dessa primavera, às vezes os ciclones passam tão rápido e/ou afastados da costa, fazendo com que a ondulação demore para entrar do jeito certo.
Fato é que percebemos uma mudança significativa no volume das chuvas, saindo de 50 mm para 500 mm, numa só tempestade. Uma mudança de escala surpreendente, ou não?
E vai chover! Se preparem os paulistas, mineiros e cariocas, essa é a previsão inicialmente para dezembro e janeiro, mas pode começar antes.
O degelo na Antártica está cada vez mais visível e estamos em posição de insegurança climática, podemos ser surpreendidos por uma chuva torrencial a qualquer momento.
Quanto mais degelo, mais água disponível no sistema. Toda essa água evaporando nas correntes quentes das margens oeste dos oceanos, e até sublimando nas correntes frias das margens leste.
O balanço de temperatura e umidade da Confluência Brasil-Malvinas mais eficaz na costa sul do Brasil e Uruguai, abre espaço para o balanço da ZCAS Oceânica na costa sudeste do Brasil. Ainda se sabe pouco sobre as oscilações de temperatura entre os trópicos e os polos em tempos de mudanças climáticas. Tudo isso faz das correntes marinhas uma importante área de pesquisa para o Laboratório de Estudos do Oceano e da Atmosfera (LOA-INPE).
Nesta terça-feira para quarta-feira, um ciclone extratropical na região ao sul do Rio da Prata, e a frente fria passam pela região Sudeste. A semana trará uma nova ondulação de sul que roda para sudeste provavelmente na sexta-feira.
A nova ondulação acompanha a passagem da frente fria e virá junto com o afastamento do ciclone extratropical para o meio do Oceano Atlântico, uma condição que favorece a ondulação de sudeste durante o fim de semana.
E tem mais tempestades vindas do Oceano Pacífico para o Oceano Atlântico via Estreito de Drake. O cavado está “batendo no Chile” e vai entrar no Atlântico em aproximadamente 48 horas, o que vai dar mais energia para o ciclone extratropical que se forma nesta quarta.
Previsão das Ondas
Região Sul: As ondas estão de sudeste e componente de leste acompanhando o giro da Alta tropical. Nesta quarta, um novo ciclone extratropical gera uma ondulação de sul, que vira para sudeste conforme o ciclone se afasta para o meio do Oceano Atlântico.
Quarta-feira as ondas ainda ficam restritas ao sul do Brasil, com altura significativa de 2,5-3 metros e período curto (8-9 segundos), típico de ressaca com vento moderado/forte de sul.
Na quinta-feira, as ondas melhoram um pouco com período na casa de 11-10 segundos e altura significativa de 2 metros. Condição favorável para as praias que seguram ondulação de Sul, como Praia da Cal em Torres, Praia do Cassino, Cardoso, Rosa, Silveira.
Enquanto na ilha de Florianópolis a ondulação de leste vai dando lugar para ondulação de sul, favorecendo os picos da Barra da Lagoa, Matadeiro, Armação, Campeche e Santinho.
Na sexta-feira, a ondulação entra perfeita de sudeste com 10 segundo de período e 1-1,5 de altura significativa. Temos previsão de ventos fracos do quadrante leste.
No fim de semana, a ondulação baixa, mas deve entrar perfeita de sudeste, acompanhando o ciclone que se afasta para o meio do oceano. A previsão é termos duas ondulações chegando com ângulos um pouco diferentes, uma mais de sul/sudeste e outra bem de sudeste. Ventos fracos do quadrante norte devem favorecer uma excelente condição para sábado e domingo.
Região Sudeste: A ondulação de sudeste/leste com 1 metro fica presentes até quarta-feira, e volta a subir na quinta-feira de sul.
A ondulação de sul entra acompanhando a frente fria, previsão para 12 segundos de período de pico e 1,5 metro de altura significativa.
A condição é boa para finalizar o campeonato de Saquarema, visto que os ventos de sul não devem atuar na região sudeste como na última tempestade da semana passada.
O melhor dia será na sexta-feira, quando a ondulação recebe toda a pressão da zona de geração de sul já com leve influência de sudeste. As ondas devem ser boas durante todo o fim de semana até o litoral do Espírito Santo, pois no sábado a energia desta ondulação se concentra na costa capixaba.
Então, teremos boas ondas para praia como Ubatuba, Itacoatiara, Leme, Leblon até sexta-feira, e diminuindo e acertando no sábado para Bara da Tijuca, Arpoador, Itacoatiara e litoral norte do Rio de Janeiro.
Saquarema deve quebrar boas no canal da Barra até sexta, e vai melhorando a condição de Itaúna no sábado e domingo.
Região Nordeste: A ondulação de sudeste/leste predomina até esta quarta-feira, com altura significativa entre 1-1,5 metro para toda a região.
Vai perder força com a influência da alta tropical, que gera vento maral mais intenso durante esta quarta e quinta-feira, atrapalhando a arrebentação das ondas.
A nova ondulação de sul/sudeste chega somente no sábado e o melhor dia deve ser domingo, com altura significativa ente 1-1,5 metro e período de 11-12 segundos.
Domingo promete boas ondas em toda a costa nordeste, principalmente na região mais ao norte, onde os ventos devem ficar mais fracos.
No litoral da Bahia, as ondas ficam boas no sábado com altura de 1,5m na série, favorecendo os picos de Olivença, Itacaré e Morro de São Paulo. Na capital baiana, Stela Maris e Praia do Forte também vão quebrar boas ondas no sábado e domingo.
As praias da região de Cabedelo (PB), Baia Formosa (RN), Enseada das Conchas e Porto de Galinhas (PE), devem quebrar boas no sábado e domingo. Altura variando entre 1 metro e 1,5 metro.
Região Norte: As ondas ficam misturadas de leste com um forte componente de norte toda a semana, variando entre 0,5 e 1 metro de altura.
Há previsão para a chegada de ondulação de norte com 13 segundos nesta quarta-feira e 16 segundos nesta quinta-feira. O que deve colocar uma pressão nas ondas principalmente na costa paraense.
A ZCIT (Zona de Convergência Intertropical) tem por vezes permitido a passagem desta ondulação de norte, juntamente com a entrada de uma circulação atmosférica para dentro da América do Sul.
El Niño tem contribuído para uma geração de ondas um pouco fora de época para o clima de ondas da região norte.