Ciclone extratropical passa pelo sul do Atlântico e gera ondulação que chega às praias das regiões Sul e Sudeste. Nordeste ainda recebe a influência das ondas geradas pelo anticiclone subtropical, que também influencia as ondas na região Norte.
Excelentes ondas e Alta Subtropical esquentam ainda a água de superfície do Atlântico. Mesmo depois de uma forte tempestade, teremos novamente uma semana de calor e altas ondas. Passamos por épocas de tempestades severas em todo o planeta. A tempestade do dia 16/06 e esta do dia 13/07 foram ciclones extratropicais com algo extraordinário.
O primeiro teve muita chuva e o segundo chuva seguida de fortes ventos. Ambos com uma circulação mais zonal, saindo da costa e indo para o meio do oceano, quase numa linha reta.
No Rio de Janeiro, passei o sábado de manhã fotografando as ondas na Praia de Copacabana, tirei fotos da entrada da ondulação, na sexta, e esperei amanhecer, para confirmar nossa previsão da última quinta-feira. Estava lindo!
Posto 5 de Copacabana, onde o mar subiu na sexta, depois do meio-dia, porém muitos caixotes. No sábado de manhã, com ondas de 2,5-3 metros de altura significativa e período de pico de 12 segundos, agradou os surfistas mais experientes (Fotos: Tozzi 13.07.2023).
Na verdade, o ciclone extratropical foi poderoso no Rio Grande do Sul, mas não na direção para gerar ondas durante toda a semana na costa sudeste. Isso porque o ciclone apontou novamente para a África, tendo um fluxo mais zonal, isto é, paralelo a latitude de 30°S (o fluxo meridional é no sentido Sul Norte ou Norte Sul, direção longitudinal).
Também não tivemos aquele mar de ressaca ao longo de toda costa sul e sudeste, ficando a tempestade restrita à região sul do Brasil. O olho do ciclone ficou mais achatado, mostrando influência da Alta Subtropical, isso também explica o vento forte de oeste (zonal) que atingiu a região sudeste do Brasil.
Na região Sul, forte ressaca, mas praticamente vinda de sudeste. Enquanto na região sudeste, a força das ondas de Sudoeste na sexta, veio acompanhada de ventania de sudoeste em algumas localidades. No sábado, virada na direção das ondas para Sul, com 12 segundos, e no domingo direção já do quadrante sudeste.
Nessa terça-feira, entra a ondulação de Sul, vinda do ciclone que passou domingo pelo Rio da Prata, resultado também do escoamento que passou de Drake para dentro do Atlântico Sul, na região das Ilhas Malvinas. E a alta pressão subtropical vai voltar com força esta semana, e então acredito que teremos um intervalo, antes de outra forte tempestade na região ao norte do Rio da Prata.
Mapas de pressão atmosférica em superfície para sexta, sábado e domingo, mostram um ciclone se formando na região Sul, talvez um pouco mais para Sudeste como na semana passada. Também teremos ondas vindas das Malvinas (Fonte CODA).
Previsão das Ondas
Região Sul: As ondas entram já nesta terça-feira com 2,5 metro e 11 segundos de período de pico do quadrante S. Desde a Praia do Cassino até Paranaguá vai dar pra pegar essa excelente ondulação ainda na terça. Vinda mais de sul reflexo dos ciclones que passaram pelo Sul do Rio da Prata. Temos vento moderado a forte de S-SO.
Na quarta-feira, o vento gira para Norte-Nordeste, acompanhando o afastamento da baixa pressão e a entrada da Alta Subtropical, como podemos ver nos mapas de pressão atmosférica ao nível do mar. Este será o melhor dia de ondas, com uma condição de Sul rodando para Sudeste. Altura significativa entre 1,5-2 metros e período de pico 12 segundos.
Mas, na quinta já começa a baixar, embora as condições de vento só devam influenciar no período da tarde. A ondulação vira para Sudeste quinta, sexta e próximo sábado.
Excelentes ondas nesta quarta e quinta-feira em todas as praias do Sul. Especialmente destaco, Torres e Tramandaí (RS), Ferrugem, Mole e Santinho (SC) e Matinhos (PR). Picos tradicionalmente para uma ondulação de Sul com componente de Sudeste.
Região Sudeste: A nova ondulação chega nesta terça e quarta-feira. Com excelente tamanho, 2-2,5 metros e condições de vento maral moderado de sul, rodando para sudeste na quinta.
O litoral de São Paulo terá melhores ondas, pois algumas praias são mais abrigadas para este vento maral de Sul. Ubatuba, Félix, Itamambuca são boas escolhas.
No litoral do Rio de Janeiro, a ondulação é melhor na quarta-feira, com ondas de 1,5-1 metro, e condições de vento previstas como excelentes pela manhã. Prainha, Barra da Tijuca, São Conrado, Arpoador, Itacoatiara e Saquarema vão quebrar com ondas bonitas e perfeitas.
Mas, à tarde, entra o vento maral de sul, e quinta já vira para sudeste. Na sexta, com a ondulação vinda e sudeste, o vento fica novamente favorável para excelentes ondas de 1-1,5 metros e período de 9 segundos.
O mar se mantém bom e perfeito com ondas de 1,5 a 1 metro durante sexta e sábado, quebrando bem em as praias mais expostas essa direção da ondulação. No domingo, a condição vira de S-SE e o mar cresce de novo. Agora, com uma ondulação bem focada na costa sudeste, vai proporcionar boas ondas até terça e quarta.
Região Nordeste: Tem uma ondulação persistente de anticiclone (alta subtropical), que gera uma ondulação de 1,5-2 metros vinda de sudeste. Principalmente na região norte da Bahia, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. O problema é o vento sudeste de moderado a forte.
A altura significativa, quase constante de 1-1,5 metro, ganha força na quinta e sexta feira, quando pode chegar a 2,5 do Pernambuco ao Rio Grande do Norte. As praias mais abrigadas, embora o vento sudeste/leste castigue bem toda a região, são aqueles pontais de pedra e coral.
Região Norte: Esse vento Leste que está atravessando o Atlântico Nordeste, também está fazendo a curva na região do Ceará e indo até o estado do Pará.
Entretanto, os estados do Pará e Maranhão recebem nesta terça-feira uma força vinda de nordeste, de uma ondulação gerada no Cabo Verde. A altura das ondas pode passar de 1,5 metro em praias como Algodoal, Salinas, Coroa Grande e na região de Alcântara.
Teremos uma situação atípica devido à influência de duas ondulações de direções quase paralelas (Nordeste e Leste) e entram sobres os pontais das praias paraenses e maranhenses. Uma condição de 1-1,5 metro e período de 10 a 8 segundos. Subindo e descendo toda a semana, acompanhado a influência da maré.
Previsão para JBay
No WSL em Jeffrey´s Bay, as condições começam a melhorar nesta terça-feira com a cabeça d’água da ondulação chegando sem vento. Na quarta, fica grande com até 3 metros de altura, mas o vento é maral, e complica as condições para o campeonato.
A ondulação típica do nosso Atlântico, mas com 13-14 segundos de período de pico, vai proporcionar uns 3 metros sólidos na quarta, e quinta um clássico de 2,5 metros, 11-12 segundos. Quinta deve ser o melhor dia da ondulação!
Na sexta, o mar baixa para 1,5-2,0 com vento muito favorável, período já diminuindo para 10 segundos. E no sábado deve ficar com 1-1,5 metro já perdendo força, quando vira para sudeste. Domingo sobe de novo com a ondulação chegando de sudeste, mas o campeonato já deve ter acabado. Terça, quinta e sexta serão os melhores dias para etapa do WSL em J-Bay.
