Previsão de Ondas

Flat no Sul e boas no Nordeste

Segundo oceanógrafo Heitor Tozzi, nesta semana mar se apresenta tecnicamente flat no sul e sudeste, com ondas boas no nordeste.

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Mapas de pressão atmosférica ao nível do mar com base na previsão do GFS, mostram a baixa pressão bem ao sul, na região entre Ilhas Malvinas e Sanduiche e Georgia do Sul. A formação da pista de vento e geração de ondas na quinta e sexta ainda com direção de oeste/sudoeste para leste/nordeste (essa direção muda no sábado). Na região Nordeste, a influência dos ventos alísios de sudeste ainda promove ondas boas até quinta-feira. No Norte, a tendência que os alísios de SE impeçam a chegada das ondas geradas na região de Cabo Verde e Ilha da Madeira (Fonte: www.wxmaps.org).

A alta polar entrou e se estabeleceu com força com uma nova alta subtropical, influenciando a circulação durante toda esta semana. Vai esquentar e enquanto isso as condições das ondas se mantem de sudeste, sem vento, porém com pouca altura.

Durante os próximos dias a direção das ondas vai rondar para leste conforme a alta e ocupa a posição do Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS).

A alta dominando a região sul e sudeste proporciona condições de tempo bom, sol e aumento gradativo da temperatura. Conforme a temperatura aumenta, temos uma maior influência de ventos do quadrante leste, e assim a geração de ondas pequenas de leste com período da ordem de 5 a 7 segundos.

Essa situação vai perdurar até quinta-feira na região sul e até sexta-feira na região sudeste. Um novo ciclone vai passar pela região das Ilhas Malvinas e Sanduiche e Georgia do Sul.

Notem que é uma região típica para formação de tempestades, pois se trata do cinturão depressivo do Oceano Atlântico Sul na região onde confluem ventos de sudoeste com ventos de nordeste.

A passagem de um ciclone na região das Malvinas, todavia, vai ter um comportamento mais zonal apontando a zona de geração de ondas na direção da África. Isso na quinta, dia 5 de agosto. Já de sexta para sábado, um vórtice de ar frio deve transpor a Cordilheira dos Andes e, assim, proporcionar a formação de um ciclone na altura do Rio da Prata e Uruguai, mas ainda é cedo para darmos certeza sobre este fenômeno.

O mar deve começar a subir na quinta-feira na região sul pela influência deste ciclone, mas como a zona de geração está bem ao sul, as ondas devem chegar com altura significativa de 1,5-2 metros de Sudoeste, virando para sul na sexta-feira.

Já na região nordeste, a ASAS intensa, mantém a geração de ondas de sudeste-leste, principalmente na porção norte da costa nordeste, região entre Salvador e Natal.

Na região norte é esperada uma influência de ondas geradas na região de Cabo Verde e Ilha da Madeira durante esta quarta e quinta-feira, podendo se estender até sexta-feira. O problema são os ventos alísios de sudeste, que podem interferir na energia das ondas ao ponto de dissipá-las.

A Zona de Convergência Intertropical está indo para norte, empurrada justamente pelos alísios de sudeste, então é mais provável que esta ondulação gerada no hemisfério Norte não chegue.

A baixa pressão bem ao sul apresenta uma mudança na direção com formação da pista de vento e geração de ondas de sul/sudoeste parra norte/nordeste no sábado, com possível formação de um ciclone junto a costa do Uruguai e Rio Grande do Sul.

Domingo, a alta polar já se apresenta, o que indica que a pista de vento terá curta duração no sentido favorável a geração de ondas para a costa brasileira (vejam os mapas de pressão atmosférica em 850 hPa e ao nível mar em 1000 hPa)

Na quinta, sobe primeiro no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Na sexta, São Paulo e Rio de Janeiro, e no litoral do Espírito Santo e Norte do Rio de Janeiro no sábado.

Mapas de pressão atmosférica em 850 hPa, temperatura (°C), umidade relativa (%) e linhas de vento; juntamente com os mapas de pressão com ao nível do mar com base na previsão do GFS (Fonte: www.wxmaps.org).

A baixa pressão bem ao sul apresenta uma mudança na direção com formação da pista de vento e geração de ondas de sul/sudoeste parra norte/nordeste no sábado, com possível formação de um ciclone junto a costa do Uruguai e Rio Grande do Sul.

Domingo, a alta polar já se apresenta, o que indica que a pista de vento terá curta duração no sentido favorável a geração de ondas para a costa brasileira.

Mapas de pressão atmosférica em 850 hPa, temperatura (°C), umidade relativa (%) e linhas de vento; juntamente com os mapas de pressão com ao nível do mar com base na previsão do GFS (Fonte: www.wxmaps.org).
A baixa pressão bem ao sul apresenta uma mudança na direção com formação da pista de vento e geração de ondas de Sul/sudoeste parra norte/Nordeste no sábado, com possível formação de um ciclone junto a costa do Uruguai e Rio Grande do Sul. Domingo a alta polar já se apresenta, o que indica que a pista de vento terá curta duração no sentido favorável a geração de ondas para a costa brasileira.

Previsão das Ondas

Região Sul: Mar baixo esta semana toda até quinta-feira, quando a primeira ondulação de sudoeste chega na região sul. Mas as melhores condições devem ocorrer na sexta e domingo. O vento maral deve soprar mais forte na quinta e sábado, com duas condições diferentes, uma mais afastada da costa e outra no sábado junto a costa.

As ondas devem variar entre 1,5 e 2 metros, com período de 12 segundos. Porém, somente nesta sexta-feira poderemos afirmar se teremos um ciclone forte junto a costa do Uruguai e Rio Grande do Sul.

Nas praias do Rio Grande do Sul essa ondulação de sudoeste consegue entrar, mas provoca correntes costeiras bastante fortes. Assim, os picos mais protegidos como o Terminal da Praia do Cassino, São José do Norte, Imbé, Praia da Cal e Molhes de Torres devem sofrer menor influência da corrente costeira.

Em Santa Catarina, os picos do Campeche, Mole, Barra da Lagoa e Santinho são mais indicados assim como, Atalaia, Navegantes e São Francisco do Sul.

Matinhos no Paraná e Ilha do Mel, geralmente são picos que recebem bem as ondas de sudoeste, um pouco menores, com altura significativa entre 1-1,5 m, mas sem muita corrente e com menor influência do vento maral.

Região Sudeste: A previsão indica a chegada da ondulação de sudoeste na sexta-feira à tarde, enquanto isso desde desta terça-feira até sexta, termos uma condição de mar pequeno de leste. Condição tecnicamente de mar flat.

A ondulação de sudoeste não incide muito bem nas praias do litoral sul de São Paulo, mas conseguem encaixar melhor nas praias do litoral norte. De geração ao norte do Rio da Prata, significa elevação rápido do mar com bastante influência de sul e ressaca. A influência do escoamento atmosférico meridional predominou (observem as linhas da corrente de jato em 200 hPa).

Ondulação chega na sexta e sábado com mais pressão do ciclone subtropical. A frente fria se organizou na região sudeste, e deve chover bastante. Fim de semana com ondas grandes, vento de sudoeste e de sul sudeste no domingo. Altura significativa pode passar dos 3 metros no sábado e fica com 2,5 até segunda, enquanto a direção vira para sudeste.

Os melhores picos são as praias da Barra da Tijuca, Saquarema e Massambaba, que recebem melhor a condição de sudoeste. Já no sábado, com as ondas vindo da direção sul, teremos condições mais favoráveis para Ubatuba, Prainha, São Conrado e Itacoatiara.

No sábado, fim de tarde e principalmente domingo, as praias do litoral do Espírito Santo devem apresentar excelente condições, com leve brisa marinha, ou sem vento. Regência deve quebrar com boas condições neste domingo.

Região Nordeste: Ondulação de sudeste 1,5-2 gerada pelo anticiclone se mantém até aproximadamente quinta-feira. Depois, a ondulação vira para o quadrante sul, e em dois dias para sudeste. A partir de sábado na porção sul da Bahia e domingo na região nordeste, desde Salvador até Pernambuco.

Com a virada da zona de geração do ciclone que se forma na região do Rio da Prata no sábado, o mar deve proporcionar ondas mais altas no domingo e segunda.

A altura significativa vai ficar entre 1-1,5 metro e 12 segundos de período. Dependendo da maré, sendo que no próximo fim de semana já temos condição de maré de quadratura, devem quebrar algumas lajes de coral mais afastadas.

Região Norte: A previsão indica que teremos uma zona de geração de ondas na região de Cabo Verde e Ilha da Madeira. A dificuldade é prever se os ventos alísios não serão fortes para dissipar estas ondas.

Assim, podemos ter a chegada de ondas geradas no hemisfério norte, com altura significativa entre 1,5-2 metros na região do Ceará até o Pará, principalmente na quinta-feira, quando deve ser o pico da ondulação norte.

As praias do Ceará provavelmente quebram com uma condição menor em relação ao Piauí, Maranhão e Pará. Devem quebrar boas ondas na foz do Rio Parnaíba, na região de Alcântara, Salinópolis e Algodoal.

A previsão de ondas indica subida de sudoeste/sul na região sul na quinta feria, na sexta-feira na região sudeste, e no sábado no Espírito Santo e na porção sul da região Nordeste (www.windy.com). Na região Norte, não é apresentada a chegada de ondas do Hemisfério Norte, mas torcemos que a partir de quinta-feira essas ondas apareçam.

Heitor Tozzi
Oceanógrafo e Mestre em Estudos Costeiros, trabalha com morfodinâmica de praias e impacto de tempestades na costa desde 1991, quando fez parte do 1º grupo de Sentinelas do Mar (Watching Waves in Brazil). Como pesquisador já embarcou em navios de Norte a Sul do Brasil, Golfo do México, Angola e Indonésia. Velejador e surfista nas horas vagas, atualmente é pesquisador do doutorado em Meteorologia no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde estuda os processos de Interação Oceano-Atmosfera para geração dos Ciclones.