Depois de faturar o Quiksilver Ceremonial Punta de Lobos Invitational, encerrado no último final de semana no Chile, Marcos Monteiro, local de Saquarema, falou sobre a vitória com Bruno Lemos, correspondente do Waves no Hawaii.
“Tomei duas vacas que sugaram minha energia”, revela o campeão sobre o momento mais punk do campeonato. “Mas o trabalho do resgate foi impecável”, conta o big rider que abre o mundial de ondas grandes com um título dedicado ao idealizador Gary Linden e ao pernambucano Carlos Burle: “Devo uma parcela desse título a ele”, admite com humildade.
Confira abaixo os melhores momentos deste papo por email.
O que você está sentindo depois da vitória no Chile? A ficha já caiu?
Demorou um pouco, mas a ficha caiu. Mas, como eu me sentia preparado para vencer, não foi muito difícil. Essa posição é muito importante para mim. Sei que o circuito está apenas começando, mas saindo na frente tenho mais confiança para as próximas etapas.
Você imaginava que um dia isso poderia acontecer em sua carreira?
Trabalhei duro para que isso viesse a acontecer. E a onda de Punta de Lobos é onde eu tenho mais conhecimento entre todas do circuito mundial. Sabia que essa vitória aconteceria logo. Eu já estava me sentindo preparado para ganhar depois de algumas finais e esse título veio em um ótimo momenot. Sei que estou competindo contra os melhores do mundo, mas confio muito no meu potencial.
Como analisa sua performance no evento?
Tive que trocar de prancha para o evento, pois parti a minha oficial no dia anterior, uma 9″8 do Gary Linden que eu estava muito bem adaptado. Por sorte ele tinha levado outra para mim, uma 10″, foguete, muito boa. Mass precisei me acertar com ela. Então, fui meio que ganhando força durante o evento. Não tive grandes atuações durante as primeiras baterias, mas na real eu queria guardar energia para a final e usei todas as minhas forças para vencer o evento. Consegui pegar uma onda no meio da bateria final bem detrás do pico, num grau de dificuldade muito grande e somei mais outra onda boa que me deram pontos suficiente para ganhar o campeonato.
Qual foi a reação dos adversários quando descobriram que você havia vencido?
Senti que, apesar de que todos ali queriam ganhar, eles ficaram felizes por mim. Todos conhecem meu estilo humilde e simples. Por isso senti uma boa vibração da parte de todos.
Qual foi o momento mais difícil dentro da água?
Tomei duas vacas na final que sugaram minha energia. Mas o trabalho de resgate foi impecável. Sem eles seria muito difícil fazer um campeonato como este.
De atleta revelação do ano passado, campeão da primeira etapa e atual líder do ranking, o que podemos esperar de você no futuro?
Quero continuar no circuito mundial alguns anos. Claro que a meta é o título mundial, mas tenho os pés no chão. Sei que uma vitória não significa que sou o melhor do mundo. Mas vou lutar para melhorar cada vez mais. E espero chegar ao topo quando for a vontade de Deus.
Será que agora surge um patrocínio de alguma marca de peso?
Espero que sim. Preciso mais do que nunca de um apoio para que eu possa chegar aos eventos e focar no que tenho que fazer dentro da água.
O que pretende fazer com a grana da premiação?
A princípio vou usar essa grana para as próximas etapas, no caso de não pintar uma marca a fim de me apoiar. Mas uma coisa é certa, o churrasco está garantido (risos).
Deixe um recado aos internautas.
Quero agradecer a todos que torcem por mim e acreditam no meu potencial. Estou muito feliz por ter conseguido esse título, mas muito mais feliz por ter com quem compartilhar. Quero deixar um agradecimento especial ao Gary Linden por realizar este circuito e ao Carlos Burle por me passar tantos ensinamentos. Devo a ele uma parcela dessa vitória.
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