Pro Pipeline

A bruxaria de John John

Veja performances impressionantes que garantiram a John John Florence as maiores marcas do Pro Pipeline na última terça-feira (7).

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O dono do show da terça-feira (7) no Pro Pipeline foi John John Florence. O havaiano, que mora em frente à onda sede da etapa, no Havaí, passou duas fases e deu espetáculo nas oitavas de final, quando marcou duas notas na casa dos 9 pontos, uma delas bem próxima do 10. Dia teve as 16 disputas da terceira fase, além de todas das oitavas. O formato utilizado pela WSL foi o de baterias simultâneas. Filipe Toledo, João Chianca e Caio Ibelli são os brasileiros vivos na etapa que abre o CT 2023.

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A rainha do North Shore da ilha havaiana de Oahu, Pipeline, funcionou com ondas de 1,5 metro e séries maiores, beirando os 2 metros em alguns momentos. A qualidade dos tubos variou durante o dia, porém muitos bons e profundos canudos foram surfados, sendo os dois melhores por John John na última bateria da terça-feira.

O havaiano passou pela terceira fase sem destaque, mas também sem sustos numa bateria contra o norte-americano Kolohe Andino. John John surfou sete ondas no 15º duelo do round, e suas melhores notas foram 7,83 e 5,83 pontos. A vitória foi pelo placar de 13,66 a 2,83. Nas oitavas ele subiu muito o nível.

Depois de uma onda fraca, quando não saiu de um tubo para o Backdoor, ele foi novamente para a direita, aos 18 minutos de confronto. O havaiano desapareceu dentro do tubo e demorou a sair, para espanto de muitos, inclusive do câmera da WSL que desistiu da onda. Três dos cinco juízes deram a nota máxima, e os outros dois anotaram 9,80 pontos. A nota ficou 9,93, a maior de todo o Pro Pipeline até o momento.

Oito minutos depois ele passou novamente por dentro do Backdoor para colocar mais 6,00 pontos no somatório. O adversário, Miguel Pupo, estava mal na bateria, com duas notas fracas. Então, quando restavam 11 minutos para o fim, o brasileiro surfou uma direita e marcou 7,17. Porém, logo depois, o havaiano voltou a atual com maestria de frontside, surfou um canudo e executou um aéreo reverse com perfeição. A nota foi 9,40, a segunda maior do evento. Miguel ainda pegou uma onda perto do fim (0,50), já não tinha tempo de conquistar a pontuação que precisava. John John venceu com 19,33, o maior somatório da etapa que abre o circuito da elite mundial.

“Foi emocionante e me diverti lá fora”, diz John John Florence. “Essa onda (9,93) foi interessante, ficou meio esticada, mas seguiu dando uma parede limpa, então fiz o tubo e fiquei feliz de sair. A segunda onda, parecia que ia fechar, então me inclinei para trás, passei e fiz o aéreo, então estou amarradão. Eu acho que as ondas estarão um pouco menores amanhã (quarta-feira), mas espero que dê boas ondas no Backdoor de novo, como hoje”.

Medina é eliminado – O adversário de John John nas quartas será Jack Robinson, que eliminou dois brasileiros nesta terça-feira. O primeiro foi Michael Rodrigues, na 13ª bateria da terceira fase. Jack anotou 7,83 e 6,50 pontos nas melhores performances e venceu por 14,33 a 0,97 do brasileiro. Nas quartas ele encarou Gabriel Medina.

Medina chegou nas oitavas depois de passar pelo norte-americano Jake Marshall no Round 3. A bateria foi a 14ª da fase e teve aéreo, tubo de frontside e tubo de backside. E também teve quase nota máxima. Medina fez quase de tudo no duelo e avançou com maestria para as oitavas.

Gabriel Medina no caminho do tubo nota 9,33 pontos.

O tricampeão mundial ficou ativo no início e tentou achar as rampas. Ele voou duas vezes, numa delas com um aéreo de rotação quase completa (3,83). Mas foi o adversário que completou o primeiro tubo do duelo (4,50), pro Backdoor, aos 14 minutos de disputa. Porém, um minuto depois, Medina deu o troco numa esquerda. Ele passou por dentro e ainda voou com rotação (6,17).

Gabriel Medina seguiu ativo e aos 29 minutos dropou sem as mãos na borda numa onda da série para o Backdoor. Ele sumiu no interior da direita e saiu limpo. A atuação valeu 9,33 pontos. O norte-americano passou a precisar de 9,18 pontos para vencer, e não chegou perto da nota.

Medina x Jack – Então Medina e Jack se encontraram nas oitavas de final, na sétima bateria. Os dois começaram duelando na remada, e depois pegaram ondas fracas.

A disputa ganhou corpo após a metade do tempo de 40 minutos. O australiano fez um tubo pra Pipeline, anotou 5,33 pontos e assumiu a liderança. Pouco depois Jack conquistou mais 6,17 num canudo pro Backdoor.

Medina seguiu ativo e quando restavam 12 minutos para o fim pegou um tubo longo pra Pipeline. Na saída o brasileiro ainda voou alto com rotação, porém caiu na aterrissagem. Ele precisava de 7,83 pontos para assumir a liderança e marcou 6,73.

Medina ainda fez três tentativas de conquistar os 4,77 pontos que precisava para vencer, porém as ondas foram ruins e ele acabou eliminado do Pro Pipeline.

Jack Robinson elimina o tricampeão mundial Gabriel Medina.

Campeão mundial – Um dos três brasileiros que seguem de olho no troféu de campeão do Pro Pipeline é Filipe Toledo. Ele surfou bom tubo pro Backdoor, marcou 6,83 pontos e venceu com facilidade Carlos Muñoz na terceira fase. O costa-riquenho perdeu com 1,74 na soma de suas duas melhores performances na disputa.

O duelo entre eles foi o nono da terceira fase. A principal atuação da disputa aconteceu aos 7 minutos. Filipe pegou um canudo longo, limpo e profundo na direita do Backdoor. A atuação valeu 6,83 pontos. Filipe ainda surfou pra Pipe e novamente pro Backdoor, mas não completou.

Carlos Muñoz não conseguiu apresentar nada de destaque nos 40 minutos de bateria. Quando restava um minuto para o fim, quando já precisava de 7,36 pontos para vencer, o costa-riquenho botou pra dentro de um canudo pro Backdoor, mas não encontrou a saída e se despediu do evento.

Filipe x Yago – Nas oitavas o duelo de Filipe foi contra Yago Dora, brasileiro que superou o norte-americano Kelly Slater num duelo fraco de notas válido pela terceira fase.

O placar baixo de 5,66 a 2,43 pontos teve como maior nota 3,33, conquistada por Yago com um tubo rápido seguido de um aéreo reverse pra Pipeline. Kelly fez várias tentativas para o Backdoor, mas não completou nenhum canudo. O norte-americano, que defendia o título do evento, se despediu da prova com a 17ª posição.

Yago Dora perde para Filipe Toledo.

Yago ficou ativo contra Filipinho na primeira metade da quinta bateria das oitavas, porém não conseguiu notas de destaque. As melhores atuações, ambas para Pipeline, valeram 3,50 e 3,03 pontos. Filipe não entrou em ação nos 20 minutos iniciais.

O atual campeão mundial começou a atuar logo após os 20 minutos de duelo. Ele começou indo pro Backdoor. O brasileiro estava para sair de um tubo rápido, porém optou por diminuir a velocidade da prancha para ficar mais tempo entocado e acabou caindo. Na sequência ele fez um pequeno tubo pra esquerda, marcou 3,53 e passou a necessitar de 3,00 pontos para vencer.

Yago usou a prioridade quando restavam oito minutos, porém a onda foi ruim. Logo depois Filipe foi pro Backdoor, completou o tubo, e assumiu a liderança com os 5,50 pontos recebidos. Yago voltou pro pico e pegou a prioridade. Perto do minuto final ele partiu para as manobras na esquerda, mas caiu. No último segundo Yago decolou de frontisde com rotação, mas não conseguiu os 5,53 pontos que precisava e foi eliminado.

“Eu sabia que ia ser difícil enfrentar o Yago (Dora), que sempre consegue bons resultados aqui em Pipe”, destaca Filipe Toledo. “Nós tivemos algumas trocas entre as séries e sabia que ele iria para os aéreos, então eu tinha que esperar por uma onda boa. Aí veio essa no Backdoor e o ‘foam ball’ geralmente te empurra para fora, só que nessa não, então deu tudo certo. Estou feliz por estar nas quartas de final, pois começar o ano com no mínimo um quinto lugar, é muito bom”.

Filipe Toledo comemora um tubo para o Backdoor.

João Chianca – O próximo adversário de Filipinho é João Chianca, que fez bonito nesta terça-feira. Depois de estrear no Pro Pipeline com a nota 8,50 pontos na primeira fase, o brasileiro começou ainda melhor na disputa da terceira fase. Com um tubo grosso, profundo e que teve forte baforada para a esquerda da bancada havaiana, João marcou 8,67 e pavimentou sua ida para as oitavas de final.

O 12º duelo do Round 3 foi contra Kanoa Igarashi, que ainda viu o brasileiro completar um tubo rápido pra direita e colocar mais 3,33 pontos no somatório. O japonês fez várias tentativas, porém não saiu de nenhum canudo e perdeu precisando de 12,00 pontos para vencer. Ele marcou apenas duas notas na casa de 1 pontos (1,57 e 1,30) nas suas melhores atuações. Perto do final ele ainda levou várias ondas na cabeça após mais um tubo fechado pro Backdoor.

O duelo das oitavas contra Rio Waida foi complicado. O indonésio ficou na frente do placar até os últimos nove minutos, quando o brasileiro passou por dentro do Backdoor, marcou 5,53 pontos e virou o resultado. João havia iniciado a bateria com 4,50, também com uma atuação de frontside. Rio, que tinha como melhor nota 5,27, também com uma atuação pro Backdoor, ainda fez algumas tentativas, mas não conseguiu reverter o resultado.

João Chianca marca mais uma nota excelente no Pro Pipeline.

Ibelli supera interferência – Caio Ibelli também está nas quartas de final do Pro Pipeline. O brasileiro superou o havaiano Ezekiel Lau na sétima bateria da terceira fase, mesmo somando apenas uma onda contra duas do adversário.

Caio estava em segundo lugar até os 11 minutos finais, porém achou um tubo pra Pipeline. Ele necessitava de 4,94 pontos e anotou 5,83. Mas logo depois o brasileiro cometeu interferência. Os dois remavam juntos, então Ezekiel virou pra entrar na onda e Caio estava no caminho. Os juízes anotaram interferência, e a partir daquele momento o brazuca passou a somar apenas uma onda no placar.

Quatro minutos depois, quando restavam apenas sete, Caio achou outro tubo pro Backdoor. A onda era da série, ele ficou fundo e saiu por baixo do lip antes dela fechar totalmente. A performance valeu 7,00 pontos e o brasileiro voltou pra liderança.

Ezekiel passou a precisar de 3,51 pontos para assumir o primeiro lugar e seguir vivo na competição. Quando restavam 15 segundos ele usou a prioridade. O havaiano dropou para o Backdoor e fez um tubo fundo, porém rápido. A nota demorou a ser divulgada, mas Caio vibrou ao ouvir 3,10.

Caio Ibelli comemora vitória sobre Ezekiel Lau.

Caio x Ryan – A quarta bateria das oitavas de final, entre Caio e Ryan Callinan, estava morna até perto da metade. Naquele momento o brasileiro surfou um tubo grosso e profundo para o Backdoor, anotou 7,50 pontos e abriu boa vantagem para o adversário australiano. Porém, quando restavam 15 minutos, Ryan voltou para o jogo com um canudo para Pipeline que valeu 6.17.

O duelo entrou nos dez minutos finais com Ryan na necessidade de 4,41 pontos para vencer. Caio tinha a prioridade. Nenhuma série apareceu até o final, mas o aussie ainda fez duas tentativas, entretanto não conseguiu a virada e foi eliminado.

“Antes da bateria começar, eu tinha visto entrar altas ondas e fiquei querendo entrar logo na água”, conta Caio Ibelli. “Eu acho que tive muita sorte também, porque deixei uma onda passar achando que viria uma melhor atrás, só que isso não aconteceu. O Ryan (Callinan) pegou o tubo, mas não completou, então aí foi minha sorte. Eu estou tendo aqui um dejavu do ano passado, quando fiquei em terceiro lugar. Mas, só quero continuar fazendo o que venho fazendo. Estou feliz em estar no dia das finais de novo e espero conseguir mais um bom resultado, para começar bem a temporada”.

Baixas brasileiros – Além de Medina, Yago, Michael e Miguel, o Brasil perdeu ainda Samuel Pupo e Italo Ferreira nesta terça-feira. Samuel não conseguiu achar boas ondas na oitava bateria da terceira fase. No final ele chegou perto da virada, mas não conseguiu e ainda viu o australiano Ryan Callinan marcar 7,83 pontos num bom e profundo canudo para Pipeline.

Italo Ferreira perdeu na primeira bateria do dia, a que abriu o Round 3. O brasileiro vencia a disputa até os três minutos finais, quando o novato na elite mundial, o havaiano Ian Gentil, achou dois tubos numa onda pro Backdoor, conquistou uma nota um pouco superior a que precisava e venceu.

Italo Ferreira é eliminado na terceira fase.

A primeira metade do duelo foi fraco, com os dois surfistas não conseguindo completar tubos para a esquerda. A melhor atuação até aquele momento foi com manobras. O brasileiro voou duas vezes numa onda pequena pra Pipe e anotou 2,50 pontos.

Quando a bateria chegou nos 15 minutos finais, enfim, um tubo inteiro foi surfado. Italo dropou, acelerou e entrou por trás do canudo. Ele ficou fundo na onda e na saída ainda executou um cutback e uma batida na parte pequena da esquerda. A performance valeu 5,53 pontos.

Na necessidade de 6,36 pontos para alterar o resultado, Ian Gentil segurou a prioridade. Ele entrou em ação pro Backdoor quando restavam três minutos para o fim. O havaiano botou pra dentro da direita e saiu meio embolado com a espuma, mas ainda teve tempo de acelerar e surfar outro canudo. A nota 6,50 levou o havaiano para a liderança. Italo surfou a mesma onda, mas pra esquerda, porém vacou.

O brasileiro ainda teve uma última chance nos segundos finais, porém não completou o tubo pra Pipeline e se despediu do evento.

Ian Gentil vira pra cima de Italo Ferreira no final da bateria.

Próxima chamada – A próxima chamada para o Pro Pipeline acontece nesta quarta-feira (8), às 14h45 (de Brasília).

Previsão das ondas – De acordo com a previsão das ondas do site MagicSeaWeed, o sweel continuará de Noroeste, e praticamente com o mesmo tamanho, porém o período cai de 15 para 14 / 13. O vento lateral / terral está previsto para soprar forte. São grandes as chances desse ser o dia das finais do Pro Pipeline.

Pro Pipeline 2023

Round 3 Masculino

1 Ian Gentil (HAV) 7,97 x 7,83 Italo Ferreira (BRA)

2 Jordy Smith (AFR) 13,00 x 1,74 Nat Young (EUA)

3 Leonardo Fioravanti (ITA) 13,00 x 1,00 Griffin Colapinto (EUA)

4 Callum Robson (AUS) 7,44 x 6,10 Jackson Baker (AUS)

5 Liam O’Brien (AUS) 10,17 x 9,83 Ethan Ewing (AUS)

6 Seth Moniz (HAV) 10,26 x 6,94 Barron Mamiya (HAV)

7 Caio Ibelli (BRA) 7,00 x 6,60 Ezekiel Lau (HAV)

8 Ryan Callinan (AUS) 13,16 x 8,76 Samuel Pupo (BRA)

9 Filipe Toledo (BRA) 7,83 x 1,74 Carlos Muñoz (CRI)

10 Yago Dora (BRA) 5,66 x 2,43 Kelly Slater (EUA)

11 Rio Waida (IDN) 13,60 x 8,03 Connor O’Leary (AUS)

12 João Chianca (BRA) 12,00 x 2,87 Kanoa Igarashi (JAP)

13 Jack Robinson (AUS) 14,33 x 0,97 Michael Rodrigues (BRA)

14 Gabriel Medina (BRA) 15,50 x 10,83 Jake Marshall (EUA)

15 John John Florence (HAV) 13,66 x 2,83 Kolohe Andino (EUA)

16 Miguel Pupo (BRA) 13,00 x 12,14 Maxime Huscenot (FRA)

Oitavas de final

1 Jordy Smith (AFR 13,50 x 9,10 Ian Gentil (HAV)

2 Leonardo Fioravanti (ITA) 10,83 x 1,86 Callum Robson (AUS)

3 Liam O’Brien (AUS) 7,53 x 3,90 Seth Moniz (HAV)

4 Caio Ibelli (BRA) 10,57 x 9,47 Ryan Callinan (AUS)

5 Filipe Toledo (BRA) 9,03 x 6,53 Yago Dora (BRA)

6 João Chianca (BRA) 10,03 x 8,20 Rio Waida (IDN)

7 Jack Robinson (AUS) 11,50 x 10,40 Gabriel Medina (BRA)

8 8 John John Florence (HAV) 19,33 x 7,67 Miguel Pupo (BRA)

Quartas de final

1 Jordy Smith (AFR x Leonardo Fioravanti (ITA)

2 Liam O’Brien (AUS) x Caio Ibelli (BRA)

3 Filipe Toledo (BRA) x João Chianca (BRA)

4 Jack Robinson (AUS) x John John Florence (HAV)

Semifinais Femininas

1 Lakey Peterson (EUA) x Tyler Wright (AUS)

2 Carissa Moore (HAV) x Bettylou Sakura Johnson (HAV)