A quinta-feira amanheceu com ondas menores em El Gringo e mais perigosas ainda, mas os tubos continuaram rolando o dia todo, até o vento maral entrar forte e interromper a terceira fase do QS 3.000 Maui and Sons Arica Pro Tour na 13a das dezesseis baterias.
O destaque do dia foi o francês William Aliotti, campeão da etapa chilena em 2016, que achou belos tubos para ganhar notas 9,00 e 7,67. O recordista absoluto ainda é o big rider Lucas Chianca, que perdeu a invencibilidade para o atual campeão sul-americano da WSL South America, Thiago Camarão, mas avançou em segundo lugar nessa bateria que acabou sendo a última do dia.
“Como sempre, apesar das ondas terem baixado, é mais um dia lindo aqui”, disse Willliam Aliotti. “Eu tive sorte que o vento maral já estava entrando, mas ficou parado durante a minha bateria, o que foi muito bom porque ainda rolaram bons tubos. Eu adoro participar desse campeonato todos os anos, porque sempre tem boas ondas e as pessoas daqui são incríveis, nos recebem muito bem. Eu amo esse lugar e esse país, por isso estou sempre feliz aqui”.
O francês competiu na oitava das onze baterias disputadas na quinta-feira e fez os recordes do dia com os 16,67 pontos que totalizou. O brasileiro Weslley Dantas também surfou um tubaço que valeu 8,5 para ganhar a briga pela segunda vaga para a quarta fase do australiano Quinn Bruce e do norte-americano Tyler Gunter. Essa mesma nota, o costa-ricense Carlos Munoz tinha recebido no confronto anterior. Até então, o melhor do dia era o campeão do QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour no ano passado, Tomas Tudela.
O defensor do título entrou na quarta bateria da quinta-feira e conquistou a segunda vitória peruana consecutiva por 12,73 pontos, somando uma nota 7,83 do melhor tubo surfado até ali. Antes, o vice-campeão nos tubos de El Gringo na final peruana de 2017, Alvaro Malpartida, também tinha estreado com vitória.
Os dois finalistas agora vão se enfrentar na quarta fase, disputando duas vagas para a rodada classificatória para as quartas de final com o americano Jordy Collins e o brasileiro Samuel Igo.
“El Gringo é maravilhoso, adoro essa praia e estou supercontente em passar minha bateria em primeiro lugar”, disse Tomas Tudela. “Na minha primeira onda, minha prancha quebrou, então tive que sair para pegar outra, depois caí de novo, mas segui tentando até pegar um tubo muito bom para vencer a bateria no final. Eu já venho surfar aqui há alguns anos, gosto muito desses tubos e espero seguir avançando as próximas baterias”.
Além dos finalistas do ano passado, os dois surfistas que decidiram o título do Maui and Sons Arica Pro Tour em 2016 também se classificaram na quinta-feira. O campeão William Aliotti fez os recordes do dia e o australiano Dean Bowen avançou em segundo na bateria vencida pelo defensor do título, Tomas Tudela.
Bowen está na quarta bateria da quarta fase com o também australiano Max Kearney, o chileno Nicolas Vargas e o brasileiro Yagê Araujo. E o francês entra no confronto seguinte, com o costa-ricense Carlos Munoz, o argentino Leandro Usuna e o brasileiro Yuri Gonçalves.
Depois da grande apresentação de William Aliotti, os brasileiros ganharam as três baterias seguintes que acabaram sendo as últimas da quinta-feira no Chile.
Na 11a da terceira fase, Lucas Silveira e Yuri Gonçalves eliminaram o argentino Facundo Arreyes, que era o único surfista que ainda tinha chances de tirar a liderança do ranking sul-americano da WSL South America do peruano Alonso Correa, que não passou da sua estreia em El Gringo.
CAMPEÕES SUL-AMERICANOS – Depois, foi a vez dos dois últimos campeões sul-americanos fazerem suas primeiras apresentações no QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour.
O argentino Leandro Usuna, que acabou com a hegemonia de títulos brasileiros em 2016, passou em segundo lugar no confronto vencido pelo carioca Raoni Monteiro. Já o atual campeão, Thiago Camarão, bateu o recordista absoluto nos tubos de El Gringo esse ano.
O vento maral já começava a afetar a formação das ondas nessa hora, mas ainda assim Camarão encontrou dois bons tubos para somar notas 7,67 e 6,67 no segundo maior placar do dia, 14,34 pontos.
O big rider Lucas Chianca tinha a maior nota – 8,5 – e no final da bateria chegou a ser ultrapassado por outro brasileiro, Vitor Ferreira. No entanto, ainda batalhou para surfar outra onda que valeu 3,70 para ganhar a briga pelo segundo lugar por 12,20 a 10,43 pontos. O peruano Cristobal de Col ficou em último com 7,76.
“Eu estava muito concentrado no meu surfe e quando eles pegaram essas ondas no final, eu sabia que tinha que manter a calma, ficar com a prioridade (de escolha da próxima onda) e esperar por uma bomba, que acabou não entrando mais”, disse Thiago Camarão.
“Eles surfaram muito bem, o Lucas (Chianca) está arrebentando no campeonato todo e eu só procurei fazer o meu surfe. Eu estava focado nas esquerdas, mas sabia que as direitas tinham um potencial também hoje (quinta-feira) e fui feliz na escolha, porque consegui pegar bons tubos ali. Aqui é preciso estar muito concentrado, porque é um lugar muito perigoso, então estou feliz por ter vencido minha primeira bateria e vamos para a próxima”.
Depois dessa bateria, a comissão técnica decidiu paralisar a competição e o 14.o confronto da terceira fase, da estreia do australiano Jack Robinson e Jeronimo Vargas contra o também brasileiro Wiggolly Dantas e o mexicano Jhonny Corzo, ficou então para abrir a sexta-feira, às 7h00 no Chile.
Baterias pendentes do round 3
14: Jack Robinson (AUS), Jerônimo Vargas (BRA), Wiggolly Dantas (BRA), Jhonny Corzo (MEX)
15: Jared Hickel (AUS), Nomme Mignot (FRA), Nick Callister (AUS), Luis Perloiro (PRT)
16: Aritz Aranburu (ESP), Torrey Meister (HAV), Leonardo Barcelos (BRA), Braden Jones (EUA)
Round 4
1.a: Manuel Selman (CHL), Danilo Cerda (CHL), Vitor Mendes (BRA), Nic Von Rupp (PRT)
2.a: Jacob Willcox (AUS), João Chianca (BRA), Pedro Neves (BRA), Sasha Donnanno (MEX)
3.a: Tomas Tudela (PER), Alvaro Malpartida (PER), Jordy Collins (EUA), Samuel Igo (BRA)
4.a: Dean Bowen (AUS), Max Kearney (AUS), Nicolas Vargas (CHL), Yagê Araujo (BRA)
5.a: William Aliotti (FRA), Leandro Usuna (ARG), Carlos Munoz (CRI), Yuri Gonçalves (BRA)
6.a: Guillermo Satt (CHL), Lucas Silveira (BRA), Weslley Dantas (BRA), Raoni Monteiro (BRA)
7.a: Thiago Camarão (BRA), vencedor da 14.a bateria e 2.o colocados da 15.a e da 16.a
8.a: Lucas Chianca (BRA), vencedores da 15.a e 16.a baterias e 2.o colocado da 14.a