Gold Coast Pro 2024

Samuel e Luana são vice-campeões

Brasil bate na trave na Austrália com Samuel Pupo e Luana Silva, vice-campeões do Gold Coast Pro 2024. Ian Gouveia, João Chianca e Michael Rodrigues ficam em quinto. Erin Brooks e Mikey McDonagh faturam etapa.

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Samuel Pupo e Luana Silva terminam Gold Coast Pro 2024 em segundo lugar.

O Brasil chegou muito perto da vitória no Gold Coast Pro 2024. Samuel Pupo e Luana Silva chegaram nas decisões, mas as vitórias ficaram com o australiano Mikey McDonagh e a canadense Erin Brooks. Ian Gouveia, João Chianca e Michael Rodrigues ficaram em quinto. Finais foram realizadas neste sábado (4/5) em ondas com cerca de 1 metro em Snapper Rocks, Queensland, Austrália.

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Mikey abriu a final de 35 minutos logo no início com seis ataques que valeram 6.83 pontos. Logo depois ele pegou uma direita ruim e aos 4 minutos anotou mais 5.33 pontos. Samuel surfou pela primeira vez na disputa aos 5 minutos, mas depois de uma batida e um cutback não conseguiu conectar com a segunda seção da direita e largou com 3.33 para ficar necessitando de 8.83 para vencer o Gold Coast Pro pela segunda vez consecutiva.

Samuel Pupo fica em segundo lugar na etapa.

Aos dez minutos os dois atletas entraram em ação numa série e o caminho do brasileiro ficou complicado. Samuel surfou primeiro. Ele não tinha a prioridade e conquistou 4.00 pontos. Mikey executou cinco batidas, colocou mais 8.60 no somatório e deixou o brazuca na necessidade de 15.43 para vencer.

Samuel ainda surfou mais três ondas até o término da disputa, todas nos 10 minutos finais, porém as notas 6.43, 5.43 e 6.50 não mudaram o resultado e ele ficou em segundo lugar. Mikey também entrou em ação outras vezes, mas não alterou o placar para ser campeão com 15.43 a 12.93 pontos. O australiano largou no CS 2024 com 10.000 pontos e Samuel com 7.800 pontos.

“Estou muito grato por fazer mais uma final aqui”, disse Samuel Pupo. “Meu maior objetivo nos 2 últimos anos, é ser mais consistente nos resultados e tenho conseguido isso nos 3 últimos eventos, então estou feliz. Parabéns ao Mikey (McDonagh). Ele não chegou na final porque teve sorte, mas porque estava surfando muito bem. Agora é só conseguir outro grande resultado, mas sei que não é fácil e ainda tem muito trabalho pela frente. No ano passado, quase não me classifiquei com uma vitória aqui, então tenho que focar nisso”.

Mikey chegou na final após vencer o também australiano Dakoda Walters na quartas e o surfista de Barbados, Josh Burke, na semi. Dakoda abriu o duelo das quartas com 8.60 e chegou nos 6 minutos finais na primeira posição, mas Mikey pegou um tubo e soltou mais algumas manobras para virar. Ele precisava de 6.78 e anotou 7.77 para ficar com a vaga na semi. O confronto contra Josh foi parelho, mas Mikey chegou perto do fim na frente do placar e fechou sua apresentação com 8.33 pontos para vencer com ampla vantagem no placar (14.66 e 11.33).

“Isso parece ser um sonho e que posso acordar a qualquer momento. Este é, certamente, o melhor dia da minha vida”, vibrou Mikey McDonagh. “Para ser honesto, estou sem palavras. Eu nunca passei das oitavas de final antes, tive vários resultados em nono lugar, então chegar às quartas de final já foi bem complicado. Eu senti que, depois de passar essas rodadas, eu poderia me libertar e mostrar meu surfe. É um ano longo, mas estou muito feliz por começar desta forma e só quero continuar assim, com sorte, para chegar ao objetivo final”.

Mikey McDonagh começa forte no CS 2024.

O caminho de Samuel até a final – Samuel competiu pela primeira vez no dia nas quartas de final contra Ian Gouveia. Ian abriu a disputa aos 3 minutos com um tubo curto que valeu 4.00 pontos. Na saída ele ainda rasgou, mas perdeu um pouco do equilíbrio na finalização da manobra.

Samuel atuou pela primeira vez nas quartas de final aos 5 minutos, mas a direita foi ruim. Ele voltou rapidamente para o pico, pegou a prioridade e fez o uso dela aos 10 minutos. O surfista executou sete manobras e anotou 5.83 pontos.

A bateria ficou morna, já que os atletas não achavam ondas boas, até que Ian fez quatro manobras aos 21 minutos, marcou 5.93 e deixou Samuel na necessidade de 4.11 para vencer. A virada aconteceu a 3 minutos do fim. Samuel fez cinco ataques, 6.40 e ficou com a vaga nas semifinais. Ian se despediu da prova na quinta posição que valeu 4.745 pontos no ranking.

Samuel Pupo chega perto do bicampeonato da etapa.

Samuel Pupo x George Pittar – Samuel encarou George Pittar na luta por uma vaga na decisão do Gold Coast Pro 2024. O australiano chegou na fase após eliminar seu conterrâneo Oscar Berry com direito a nota 8.90 pontos.

O brasileiro começou a segunda semifinal com uma atuação próxima da perfeição. Aos 3 minutos ele fez oito ataques para anotar 9.73 pontos. Um dos cinco juízes chegou a dar nota 10 pela atuação. Samuel abriu larga vantagem no placar quatro minutos depois ao conquistar mais 6.33 pontos. George, que tinha 6.50 como melhor nota, passou a buscar 9.57 para vencer.

O australiano diminuiu a diferença com 7.50 pontos, mas seguiu na necessidade de uma nota no critério excelente. O brasileiro ainda trocou de nota em sua última apresentação no duelo (6.37) e confirmou sua vaga na final.

João e Michael caem nas quartas – Além de Ian Gouveia, outros dois brasileiros caíram nas quartas de final e terminaram a etapa em quinto lugar. João competiu na primeira bateria da fase e viu o barbadiano Josh largar com um tubo que valeu 9.00 pontos. O surfista ainda colocou mais 6.83 no somatório e deixou o caminho complicado para o brasileiro. João teve como melhores noas 5.83 e 5.33 e foi eliminado.

Michael caiu na última bateia da fase para George Pittar. A disputa estava embolada, mas com vantagem para o australiano, até que perto dos 10 minutos finais o atleta deu um golpe duro no brasileiro. Ele, que já havia conquistado 7.67, pegou um tubo profundo, depois fez mais oito manobras para anotar 9.33 e deixar o brasileiro na necessidade de 17.00 para vencer. Michael ainda chegou no critério excelente com 8.50 numa atuação que também teve tubo e manobras, mas não teve mais oportunidades para reverter o resultado.

Final feminina – Erin Brooks abriu a final feminina com uma onda fraca, porém aos 5 minutos pegou uma direita da série, executou uma rasgada e duas batidas para anotar 8.00 pontos. Luana largou com 3.67 pontos.

A canadense usou a prioridade numa onda ruim e Luana entrou em ação pela segunda vez no confronto aos 15 minutos. A brazuca rasgou duas vezes, depois executou um snap, fez uma curva curta e bateu na junção, porém não completou a manobra. A nota foi 5.17 pontos e valeu a liderança, porém Erin necessitava de apenas 0.84 para mudar as posições no placar. Logo depois de mais uma escolha errada da adversária, Luana aumentou um pouco mais a diferença (1.14) com 3.97 pontos.

Luana Silva no caminho da final em Snapper Rocks.

Erin voltou para a primeira posição aos 20 minutos. Dessa vez ela usou bem a prioridade, executou três rasgadas em sequência caiu no ataque à junção. A atuação valeu 5.90 e ela deixou Luana precisando de 8.73 pontos para ser campeã do evento.

Luana ficou no pico e usou a prioridade numa direita da série a 8 minutos do fim. A brasileira rasgou duas vezes, depois executou um snap, um cutback e mais duas batidas. Ela vibrou com a apresentação. A nota 7.40 não alterou o resultado, mas diminuiu a diferença para 6.51 pontos.

A brazuca foi em busca da virada a 5 minutos do fim. Ela não tinha a prioridade, mas achou uma direita e executou quatro manobras, porém os 4.53 pontos não entraram no somatório. Luana ainda surfou outras duas direitas, mas elas não foram boas e Erin comemorou a vitória no Gold Coast Pro pelo placar de 13.90 a 12.57 pontos.

“Estou muito feliz com a minha performance em todo o evento aqui”, destacou Luana Silva. “Só não fiquei satisfeita porque não consegui a vitória, mas estou muito orgulhosa de mim mesma, pela forma como competi durante todo o campeonato e pelo meu desempenho. Ainda temos mais 5 eventos pela frente, para conseguir o objetivo de me reclassificar para o CT. Comecei com um bom resultado e estou superfeliz com meu equipamento, então agradeço à Sharp Eye pelas pranchas incríveis que fizeram para mim esse ano”.

Essa foi a segunda vitória seguida de Erin Brooks no Challenger Series, já que ela fechou o circuito de 2023 com vitória na etapa de Saquarema. A canadense conquistou 10.000 pontos no ranking e a brasileira 7.800 pela segunda posição.

Erin chegou na decisão depois de eliminar a espanhola Nadia Erostarbe nas quartas e Isabella Nichols nas semifinais. Nas quartas o duelo foi mais parelho, mas na semi a canadense deu show e largou com uma nota 10 depois de surfar de backside um tubo longo e profundo numa direita da série. Erin ainda colocou mais 6.83 no somatório para vencer pelo placar de 16.83 a 10.63 pontos.

“É realmente muito bom vencer”, disse Erin Brooks. “A Luana fez um bom trabalho e achei que iria me vencer no final. Cometi muitos erros na bateria, então estou feliz por ter conseguido a vitória. Meus objetivos são continuar surfando bem e já estou ansiosa para o próximo evento em North Narrabeen (Sidney). As ondas lá são para a esquerda e eu prefiro surfar esquerdas. Eu passei um mês treinando meu frontside em Fiji, então espero poder ir bem lá também”.

Sobre a nota 10, Erin contou: “Esse foi, definitivamente, o melhor tubo que eu já surfei em um campeonato. Era muito maior do que eu imaginava, quando entrei na onda. Eu sabia que quem pegasse aquela onda, venceria a bateria. O tubo foi muito perfeito e estou superfeliz pela nota 10”.

O caminho de Luana até a final – Luana Silva passou pela australiana Bronte Macaulay nas quartas de final e pela também aussie Sally Fitzgibbons nas semis. Nas quartas a brasileira chegou perto do minuto final na necessidade de 6.45 para avançar na competição. Naquele momento ela usou a prioridade, executou cinco manobras e vibrou com a performance. Ela conquistou 6.50 e venceu pelo placar de 13.83 a 13.77 pontos.

Luana começou a semi com uma onda fraca, mas aos 4 minutos conquistou 8.00 pontos. Sally chegou a assumir a liderança com duas notas na casa dos 5 pontos (5.83 e 5.00). A brasileira precisava de apenas 2.83 para virar e manteve a calma. Ela surfou mais uma onda fraca, porém na quarta atuação, a 5 minutos do fim, a brazuca colocou mais 6.17 no somatório. Sally passou a buscar 8.34 para vencer. A aussie surfou pela última vez no evento a minutos do fim, marcou 6.07 e foi eliminada.

Gold Coast Pro 2024

Final masculina

Mikey McDonagh (AUS) 15.43 x 12.93 Samuel Pupo (BRA)

Semifinais

1 Mikey McDonagh (AUS) 14.66 x 11.33 Josh Burke (BAR)

2 Samuel Pupo (BRA) 16.10 x 14.00 George Pittar (AUS)

Quartas de final

1 Josh Burke (BAR) 15.83 x 11.16 João Chianca (BRA)

2 Mikey McDonagh (AUS) 15.77 x 12.77 Dakoda Walters (AUS)

3 Samuel Pupo (BRA) 12.23 x 9.93 Ian Gouveia (BRA)

4 George Pittar (AUS) 17.00 x 15.17 Michael Rodrigues (BRA)

Final feminina

Erin Brooks (CAN) 13.90 x 12.57 Luana Silva (BRA)

Semifinais

1 Erin Brooks (CAN) 16.83 x 10.63 Isabella Nichols (AUS)

2 Luana Silva (BRA) 14.17 x 11.90 Sally Fitzgibbons (AUS)

Quartas de final

1 Erin Brooks (CAN) 13.67 x 10.10 Nadia Erostarbe (ESP)

2 Isabella Nichols (AUS) 16.46 x 10.34 Macy Callaghan (AUS)

3 Luana Silva (BRA) 13.83 x 13.77 Bronte Macaulay (AUS)

4 Sally Fitzgibbons (AUS) 10.73 x 10.53 Alyssa Spencer (EUA)